Ucrânia captura chineses lutando pela Rússia em Donetsk

Ucrânia captura chineses lutando pela Rússia em Donetsk. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, disse que soldados ucranianos capturaram dois cidadãos chineses que lutavam ao lado das forças russas, acrescentando que Kiev exigiria uma explicação de Pequim e uma reação de seus aliados.

Moscou e Pequim têm se gabado nos últimos anos de sua parceria “sem limites” e aprofundado a cooperação política, militar e econômica desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. O presidente ucraniano escrevei na rede social “X” no dia 8 de abril.

“Nossos militares capturaram dois cidadãos chineses que estavam lutando como parte do exército russo. Isso aconteceu em território ucraniano — na região de Donetsk. Documentos de identificação, cartões bancários e dados pessoais foram encontrados em sua posse. Temos informações sugerindo haver muito mais cidadãos chineses nas unidades do ocupante do que somente esses dois. Estamos verificando todos os fatos no momento — a inteligência, o Serviço de Segurança da Ucrânia e as unidades relevantes das Forças Armadas estão trabalhando nisso. Instruí o Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia a entrar em contato imediatamente com Pequim e esclarecer como a China responderá a isso. O envolvimento da Rússia com a China, junto com outros países, seja direta ou indiretamente, nessa guerra na Europa é um sinal claro de que Putin pretende fazer qualquer coisa, menos acabar com a guerra. Ele está procurando maneiras de continuar lutando. Isso definitivamente requer uma resposta. Uma resposta dos Estados Unidos, da Europa e de todos aqueles ao redor do mundo que querem paz. Os cidadãos chineses capturados estão agora sob custódia do Serviço de Segurança da Ucrânia. Ações investigativas e operacionais relevantes estão em andamento. Temos os documentos desses prisioneiros, cartões bancários e dados pessoais”!

Não houve resposta imediata às alegações ucraniana de Moscou ou Pequim, mas o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, disse nas redes sociais que o encarregado de negócios da China foi convocado para dar explicações.

“Cidadãos chineses lutando como parte do exército invasor da Rússia na Ucrânia colocam em questão a posição declarada da China pela paz e prejudicam a credibilidade de Pequim como um membro permanente responsável do Conselho de Segurança da ONU”, disse Sybiha.

A China se apresenta como parte neutra no conflito e diz que não está enviando assistência letal para nenhum dos lados, ao contrário dos Estados Unidos e outras nações ocidentais. Mas é um aliado político e econômico próximo da Rússia, e os membros da OTAN rotularam Pequim como um “facilitador decisivo” da invasão de Moscou, que nunca condenou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, tem pressionado por um fim rápido para a guerra de mais de três anos desde que assumiu o cargo em janeiro. Mas sua administração não conseguiu chegar a um avanço, apesar das rodadas de negociações. Kiev tem repetidamente pedido a Pequim que pressione Moscou para encerrar sua invasão, que custou dezenas de milhares de vidas e ainda assim não conseguiu que o Kremlin atingisse seus principais objetivos.

Zelenskyy disse que Kiev tinha evidências de que “muitos outros cidadãos chineses” estão lutando ao lado das forças russas e que ele havia instruído seu ministro das Relações Exteriores a descobrir como a China pretende responder. Zelenskyy também exigiu “uma reação dos Estados Unidos, da Europa e de todos no mundo que querem paz” em sua postagem online. “Acho que os Estados Unidos deveriam prestar mais atenção ao que está acontecendo hoje”, disse ele separadamente em uma entrevista coletiva em Kiev.

A guerra na Ucrânia, que já dura mais de 3 anos, atraiu milhares de combatentes estrangeiros para ambos os lados. A Ucrânia vem pedindo aos seus parceiros ocidentais que respondam ao envio russo de milhares de tropas norte-coreanas para a região ocidental de Kursk. Os militares ucranianos têm lutado para manter posição após lançar uma ofensiva na região da fronteira no ano passado, embora Zelenskyy tenha dito pela primeira vez na segunda-feira que tropas ucranianas estavam operando na região russa de Belgorod.

“Os norte-coreanos lutaram contra nós na região de Kursk, os chineses estão lutando no território da Ucrânia. E acho que esse é um ponto importante que precisamos discutir com nossos parceiros, acho que urgentemente”, Zelenskyy acrescentou na coletiva de imprensa.

‘Mercenários chineses’ são vistos em vídeo de março. No mês passado, outro vídeo surgiu nas redes sociais supostamente mostrando mercenários chineses lutando pela Rússia na Ucrânia. No clipe não verificado, supostamente filmado em Selydove, perto de Pokrovsk, tropas do Leste Asiático picham as paredes internas de uma casa danificada com o que parecem ser caracteres chineses. Os soldados têm equipamentos e roupas consistentes com o que as tropas regulares russas têm sido vistas usando nos últimos meses. Assim, seriam soldados enviados pela China ou mercenários?

O que acontece agora? Volodymyr Zelensky diz que a Ucrânia capturou dois cidadãos chineses que lutavam no exército russo e afirma haver muitos outros. Esses combatentes agora são prisioneiros de guerra sendo protegidos pelas Convenções de Genebra. Isso significa que eles não podem ser torturados, devem ser cuidados e, se processados, têm direito a um julgamento adequado.

O que acontece com a China, se ela conscientemente enviou seus cidadãos para a Rússia para lutar contra a Ucrânia, é menos claro. A resposta coletiva ocidental começaria provavelmente com sanções contra indivíduos vistos como tomadores de decisão importantes nas forças armadas da China. Elas poderiam mirar Dong Jun, o ministro da defesa, por exemplo.

Generais norte-coreanos enfrentaram sanções específicas semelhantes quando tropas da Coreia do Norte foram enviadas para lutar contra a Ucrânia, assim como os generais iranianos, responsáveis ​​por enviar drones Shahed para uso por Moscou. Sanções setoriais também poderiam ser aplicadas, visando empresas de segurança ou negócios administrados por pessoas próximas a Xi Jinping, o presidente chinês.

Em 2024, os Estados Unidos impuseram sanções a dois fornecedores chineses de drones e seus supostos parceiros russos por ajudarem a armar o esforço de guerra russo.

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