Ucrânia ataca base aérea russa na Criméia. O importante campo de aviação militar russo de Dzhankoi, na Crimeia, foi alvo de um forte ataque com mísseis balísticos de longo alcance lançados pela Ucrânia na madrugada desta quarta-feira (17/04). De acordo com as informações, a Base Aérea teria sido atingida por pelo menos seis mísseis, o que deixou dezenas de vítimas.
O jornal ucraniano The Kyiv Independent disse que “grupos de redes sociais geolocalizados no norte da Crimeia relataram pelo menos quatro explosões poderosas seguidas de dezenas de explosões secundárias”. As autoridades russas não emitiram nenhum alerta prévio de ataque aéreo.
As autoridades fecharam as estradas que dão acesso à instalação militar, posicionando barreiras de controle de acesso ao longo das estradas. Helicópteros de resgate foram vistos sobrevoando Dzhankoi, possivelmente evacuando feridos. Não há confirmação oficial do número de vítimas.
Entre as unidades que tem sede na Base Aérea de Dzhankoi estão o o 27º Regimento Combinado de Helicópteros, o 39º Regimento de Helicópteros, uma Divisão Aérea do Comando das Tropas de Fronteira, o Comando de Defesa Aérea Conjunto do Sul e um Centro de Logística e Armazenamento com mísseis hipersônicos Zircon.
A Inteligência Militar da Ucrânia estima que a Base Aérea de Dzhankoi abriga pelo menos quatro Esquadrões de Helicópteros, cada um operando uma dúsia de aeronaves incluindo helicópteros de ataque Ka-52 Alligator, Mi-28N e Mi-35M e o multifuncional Mi-8. Recentemente o aeródromo militar recebeu a proteção de avançados sistemas de defesa aérea S-400.
A agência de notícias russa independente Astra informou que alguns mísseis ucranianos possivelmente atingiram um depósito de munições de Dzhankoi, o que desencadeou um grande incêndio com explosões secundárias.
Imagens de redes sociais geolocalizadas pelo The Kyiv Independent e sincronizadas para o horário do ataque desta quarta-feira, mostraram cerca de uma dezena de explosões ocorrendo em menos de um minuto, nas proximidades da Base Aérea de Dzhankoi.
Analistas do grupo russo Rybar Force, disseram que forças ucranianas estacionadas na região de Kherson lançaram cerca de 12 mísseis táticos ATACMS em duas ondas de ataques. “A primeira onda com sete mísseis com munições cluster tinha como objetivo destruir aeronaves e causar vítimas, e a segunda onda com cinco mísseis com ogivas altamente explosivas tinha como objetivo os depósitos de combustível e de munições”, disse o grupo.
A reportagem do The Kyiv Independent informou que outros analistas russos afirmaram em suas redes sociais que os militares ucranianos utilizaram mísseis superfície-superfície MGM-140 ATACMS fabricados nos EUA. Além disso, eles supõem que aeronaves de inteligência dos EUA teriam fornecido suporte para os Comandantes ucranianos planejar e executar o ataque.
Coincidência – ou não – na hora dos ataques (03h40 horário de Kiev / 00h40 UTC), o site FlightRadar24 registrava um drone de reconhecimento Global Hawk da USAF – código “Forte 12” – voando sobre o Mar Negro, a cerca de 360 km ao sul da Base Aérea de Dzhankoi. A aeronave retornou para a sua base na Sicília (Itália), logo após o nascer do sol na Criméia.
De acordo com as informações, Washington teria fornecido entre 12 e 20 mísseis ATACMS para Kiev em outubro do ano passado. Essas armas são utilizadas em operações de ataques contra bases aéreas. Acredita-se que a Ucrânia teria usado parte desse estoque para atingir dois aeródromos russos em 17/10/2023, onde destruiu cerca de 15 helicópteros de ataque, além de danificar a infraestrutura terrestre.
Quanto ao ataque de hoje, imagens de código aberto da rede de satélites VIIRS/Suomi, da NASA, mostraram seis grandes incêndios nas proximidades do campo de aviação. O The Kyiv Independent citou um blog pró-ucraniano Krymsky Viter, o qual relatou pelo menos 30 militares russos mortos e mais de 80 feridos, que foram levados para hospitais da Base Naval de, Sebastopol. “Não foi possível confirmar esses números, mas várias fontes divulgaram imagens de helicópteros de evacuação médica operando em Dzhankoi”, disse o jornal.
Fonte: The Kyiv Independent
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