

Turquia mais perto do Eurofighter Typhoon. A Turquia está mais perto de fechar um acordo de US$ 5 bilhões com o consórcio Eurofighter, após a Alemanha suspender a proibição de exportação do Typhoon para equipar a Turkish Air Force (TuAF).
A Venda impulsiona o poder aéreo da OTAN e a economia dos países membros do consórcio. No dia 27 de junho de 2025, a mídia alemã noticiou que a Turquia estava prestes a fechar um acordo para adquirir os jatos Eurofighter Typhoon, redefinindo seu alinhamento estratégico com a OTAN. O anúncio, vindo de círculos de defesa e de altos funcionários alemães, sinaliza um possível fim à relutância de Berlim em aprovar a exportação, impulsionada pela abertura de um novo governo de coalizão à venda de armas.
Para a Turquia, um dos 32 membros da OTAN, com uma frota fortemente calçada nos F-16 americanos, o acordo representa um passo crucial para a modernização da TuAF após anos de atrito geopolítico devido à exclusão do programa F-35. O Eurofighter, construído por um consórcio formado pela Airbus, BAE Systems e Leonardo, oferece à Turquia a oportunidade de diversificar suas parcerias de defesa, ao mesmo tempo, em que qualifica sua Força Aérea.
Já para o consórcio Eurofighter, o acordo promete sustentar as linhas de produção e impulsionar a indústria aeroespacial europeia contra concorrentes americanos e chineses. No entanto, ainda há dúvidas sobre a finalização do acordo, uma vez que no dia 25/05, Donald Trump — Presidente dos EUA, sinalizou que a Turquia poderá retornar ao programa F-35.

A Força Aérea da Turquia, depende há muito tempo de sua frota de mais de 200 caças F-16C/D dos Blocos 30 e 40. Essas aeronaves, embora versáteis, estão se aproximando do fim de sua vida útil, com os custos de manutenção aumentando e as peças de reposição cada vez mais difíceis de obter devido às tensas relações entre EUA e Turquia.
A compra dos sistemas de defesa aérea russos S-400 em 2019 levou à expulsão da Turquia do programa F-35, custando a Ancara o acesso a mais de 100 caças furtivos e US$ 11 bilhões em contratos industriais. Esse revés, somado aos atrasos no programa de caças de quinta geração KAAN da Turquia, deixou a TuAF com problemas operacionais.
Os esforços para suprir essa lacuna tiveram sucesso misto. Em 2024, a Turquia garantiu um acordo de US$ 23 bilhões para 40 novos jatos F-16 Bloco 70 e kits de modernização para sua frota existente, um movimento facilitado pela aprovação de Ancara para a adesão da Suécia e da Finlândia à OTAN. Mas isto não é o suficiente.
O programa KAAN, liderado pela Turkish Aerospace Industries, visa entregar um caça de quinta geração até meados da década de 2030, mas enfrenta obstáculos técnicos, incluindo a dependência dos motores General Electric F110 de fabricação americana. Esses desafios levaram a Turquia a buscar soluções provisórias, com o Eurofighter Typhoon emergindo como um dos principais concorrentes.

A resistência inicial da Alemanha à venda do Eurofighter decorreu de tensões políticas com a Turquia, particularmente em relação à compra de sistemas russos S-400 por Ancara em 2017 e às suas operações militares na Síria. As preocupações de Berlim foram agravadas por questões internas, incluindo a prisão do prefeito de Istambul, Ekrem İmamoğlu, que autoridades alemãs classificaram como um “ataque à democracia turca”.
Em abril de 2025, o governo interino da Alemanha bloqueou a venda, alegando essas preocupações, mas a nova coalizão liderada pelo chanceler Friedrich Merz adotou uma postura mais permissiva em relação à exportação de armas. Durante uma cúpula da OTAN em Haia, Merz se encontrou com o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan e expressou apoio ao aprofundamento dos laços de defesa, sinalizando a disposição de priorizar parcerias estratégicas em detrimento de disputas passadas.

Essa mudança se alinha aos interesses do consórcio Eurofighter, que inclui a Airbus, a BAE Systems e a Leonardo. O consórcio enfrenta pressão para garantir pedidos de exportação para sustentar as linhas de produção, especialmente com a transição das forças aéreas europeias para plataformas de próxima geração, como o Future Combat Air System (FCAS).
A potencial encomenda de 40 Typhoons pela Turquia, incluindo uma mistura de jatos Tranche 1 usados do Reino Unido e novos modelos Tranche 4, pode representar um impulso crucial. O acordo, avaliado em cerca de € 4 bilhões, também fortaleceria os laços industriais, com a Turkish Aerospace Industries potencialmente contribuindo para a manutenção e a produção de componentes.
Maio parece ter sido um mês cheio de promessas para a TuAF. Além dos EUA, acenar com a volta ao F-35, a Alemanha abre as portas para a compra do Typhoon. OS turcos terão cacife para comprar ambos, ou irão optar por um deles, apostando é claro na chegada do KAAN no final desta década?
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