Turquia apoiará a Suécia na OTAN em troca dos F-16. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que a Turquia aceitará a adesão da Suécia à OTAN se os Estados Unidos mantiverem a promessa de vender caças F-16 à TuAF.
A Turquia, que é membro da OTAN desde 1952, culpou a Suécia por fornecer refúgio a elementos ligados ao chamado grupo armado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), bem como ao movimento Gülen, que Ancara acusa de envolvimento numa tentativa de golpe de Estado em 2016. Tanto o movimento PKK como o movimento Gülen foram designados como grupos terroristas por Ancara.
Como que para aprovar um novo membro na Aliança Ocidental é necessária a unanimidade dos países integrantes, a negativa da Turquia se tornou um entreva para a Suécia. Em julho, Erdogan chegou a dizer que Bruxelas deveria facilitar a adesão do seu país à União Europeia (UE) antes de Ancara aprovar a candidatura da Suécia à adesão à OTAN.
Na semana passada, o líder turco anunciou que o parlamento turco não estava preparado para ratificar a candidatura sueca à OTAN, uma vez que Estocolmo não foi longe o suficiente para garantir o seu lugar na aliança militar liderada pelos EUA.
A nação nórdica, que já abandonou uma política de não-alinhamento militar de longa data após a guerra da Rússia na Ucrânia, precisa agora desesperadamente do consentimento da Turquia para aderir à Aliança Ocidental, à qual o seu vizinho, a Finlândia, foi finalmente adicionado em abril, com apoio da Turquia, que inicialmente era contra.
Na terça-feira (26/09), Erdogan disse que o parlamento turco ratificaria a adesão da Suécia à OTAN se Washington permitisse a venda dos seus caças F-16C/D Block 72 a Turkish Air Force (TuAF). “Se eles (os EUA) cumprirem as suas promessas, o nosso parlamento também cumprirá a sua própria promessa. O parlamento turco terá a palavra final sobre a adesão da Suécia à OTAN”, disse o presidente turco.
Em maio, a Suécia aprovou uma lei antiterrorismo que criminaliza a adesão a organizações terroristas no país. Dois meses depois, a Turquia, a Suécia e a NATO emitiram uma declaração conjunta que dizia que Estocolmo alterou as suas leis antiterroristas, expandido a cooperação antiterrorista contra grupos de oposição curdos e reiniciado as exportações de armas para a Turquia.
Os EUA expulsou em 2019 a Turquia do programa F-35 (JSF), após ter adquirido os sistemas de defesa aérea S400 da Rússia, e enfrentar uma forte oposição dos EUA e da OTAN.
Agora, a Turquia esforça-se para reforçar a TuAF com novos F-16 e kits para modernizar os F-16 já existentes. A venda está parada no Congresso Americano para aprovação.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que trabalhará para convencer os legisladores a entregar os jatos para a Força Aérea Turca. Em 15 de agosto, uma delegação do governo turco viajou para Washington, para dar prosseguimento nas negociações.
A solução agora parece ser um clássico “tomalá dá cá”, onde turcos ficam com o F-16. Suecos entram na OTAN. E EUA fatura com a venda das aeronaves.
A Força Aérea Turca opera um total de 270 caças F-16C/D Block 30/40/50, dos quais boa parte necessitará de atualizações ou será desativada nos próximos 10 anos. Em um contrato de aproximadamente US$ 6 bilhões, a TuAF visa adquirir 40 novos F-16 Block 70, além de 80 kits de modernização para atualizar parte da sua frota.
@CAS