Trégua em Gaza e acordo para libertação de reféns. O Catar e os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira–15/01, um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns entre Israel e o Hamas, acrescentando esperarem que isso abrisse caminho para o fim permanente da guerra em Gaza.
Depois que os mediadores disseram que um acordo havia sido alcançado, o gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que os “detalhes finais” estavam sendo trabalhados. Netanyahu conversou com o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente eleito, Donald Trump, na quarta-feira para agradecê-los pela ajuda para garantir o acordo, disse seu gabinete.
O presidente israelense Isaac Herzog, que desempenha um papel amplamente cerimonial, disse que o acordo foi a “medida certa” para trazer de volta os reféns capturados durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra. Militantes palestinos fizeram 251 reféns durante o ataque de 7 de outubro, 94 dos quais continuam detidos em Gaza, incluindo 34 que, segundo o exército israelense, estão mortos.
O ataque, o mais mortal da história de Israel, resultou na morte de 1.210 pessoas, a maioria civis, de acordo com números oficiais israelenses. Em ato contínuo, a campanha subsequente de Israel destruiu grande parte na Faixa Gaza, matando 46.707 pessoas, a maioria civis, de acordo com números do Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas, que a ONU considera confiáveis.
A agência de defesa civil de Gaza disse que pelo menos 20 pessoas foram mortas em ataques israelenses depois que o acordo foi anunciado.
O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim al-Thani, disse em uma entrevista coletiva na quarta-feira que os “dois beligerantes na Faixa de Gaza chegaram a um acordo”, acrescentando que o cessar-fogo entre eles entraria em vigor no domingo–19/01. “Esperamos que esta seja a última página da guerra e esperamos que todas as partes se comprometam a implementar todos os termos deste acordo”, disse ele.
Biden, por sua vez, disse estar “profundamente satisfeito com a chegada deste dia”, chamando as negociações de algumas das “mais difíceis” de sua carreira. Ele acrescentou que uma segunda fase do acordo, ainda não finalizada, traria um “fim permanente à guerra”.
Manifestantes em Tel Aviv pedindo a libertação dos reféns se abraçaram à medida que a notícia do acordo se espalhava, enquanto milhares em Gaza comemoravam o acordo relatado. “Não acredito que esse pesadelo de mais de um ano está finalmente chegando ao fim. Perdemos tantas pessoas, perdemos tudo”, disse Randa Sameeh , uma mulher de 45 anos deslocada de sua casa na Cidade de Gaza.
O Hamas disse que o cessar-fogo foi o “resultado da lendária firmeza do nosso grande povo palestino e da nossa valente resistência na Faixa de Gaza”.
A pressão para pôr fim aos conflitos aumentou nos últimos dias, à medida que os mediadores Catar, Egito e EUA intensificaram os esforços para consolidar um acordo.
Durante o cessar-fogo inicial de 42 dias, 33 reféns serão libertados. Também na primeira fase, as forças israelenses se retirariam das áreas densamente povoadas de Gaza para permitir as trocas, bem como “o retorno das pessoas deslocadas às suas residências”.
“Este acordo de cessar-fogo ÉPICO só poderia ter acontecido como resultado da nossa Vitória Histórica em novembro” nas eleições dos EUA, disse Trump nas redes sociais.
O presidente eleito acrescentou que sua Casa Branca “continuaria a trabalhar em estreita colaboração com Israel e nossos aliados para garantir que Gaza NUNCA mais se torne um refúgio seguro para terroristas”.
@CAS