

Taiwan interessada no Rafale. Em recente audiência na Comissão de Assuntos Econômicos da Assembleia Nacional Francesa, o CEO da Dassault Aviation, Éric Trappier, falou sobre as dificuldades para manter a frota de antigos supersônicos Mirage 2000, cuja produção foi encerrada há alguns anos. No caso de Taiwan, um tradicional usuário do supersônico francês, Trappier sinalizou que as autoridades locais demonstraram interesse no Rafale.
Na início da década de 1990, o governo de Taiwan encomendou 60 supersônicos franceses Dassault Mirage 2000-5. Desde então, a Força Aérea de Taiwan, ou Força Aérea da República da China (RoCAF), perdeu seis aeronaves em acidentes e ainda mantém em operação as 54 restantes, as quais estão no final da sua vida útil operacional e precisam ser substituídas.
Em junho deste ano, uma delegação do parlamento francês se encontrou com o presidente de Taiwan, Lai Ching-te. Na ocasião, a deputada francesa Marie-Noëlle Battistel, presidente do Grupo de Amizade França-Taiwan, reuniu informações sobre as preocupações dos militares locais para manter a operação dos seus envelhecidos Mirage 2000.

Na recente audiência parlamentar realizada no último dia 24/09, Battistel pediu que o CEO da Dassault Aviation comentasse sobre as medidas tomadas por sua empresa para facilitar o fornecimento de peças de reposição e a manutenção dos Mirages da RoCAF. Foi na sua resposta que Trappier mencionou publicamente o interesse de Taiwan pelos Rafale
“Em primeiro lugar, o Mirage 2000 está no fim de sua vida útil. Ainda está voando pouco na França, mas vai parar. Isso também se aplica a todos os nossos clientes estrangeiros do M2000 que estão migrando para o Rafale. Portanto, é verdade que a dinâmica industrial de peças de reposição e reparos está um pouco mais difícil do que antes, mas estamos apoiando Taiwan muito bem. E você sabe que os taiwaneses querem o Rafale, mas isso não depende de mim. Não é minha responsabilidade. É do governo”, afirmou Trappier.
Em sua resposta, Trappier deixou claro que o interesse de Taiwan no Rafale ainda é assunto extra-oficial, obviamente para evitar arrastar o governo francês para uma possível tensão diplomática com a China. É amplamente conhecido que Pequim afirma abertamente a sua autoridade sobre a “ilha rebelde” e repudia qualquer acordo militar estrangeiro com os “autoproclamados governantes de Taiwan”.
O fato é que, independente do fornecedor e o modelo escolhido, a RoCAF precisa encontrar um sucessor para os seus velhos Mirage 2000-5. Não é apenas a substituição de uma tecnologia defasada, mas uma questão de soberania e, principalmente, da existência de Taiwan como nação indepedente, uma vez que a China e seus aliados estão claramente preparando uma intervenção militar sobre a ilha.
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