Suspeita que os MiG-29 eslovacos doados para Ucrânia foram sabotados. A mídia internacional está noticiando que os MiG-29 Fulcrums doados pela Eslováquia para a Ucrânia, podem ter sido sabotados antes da entrega. O Ministro da Defesa eslovaco, Jaroslav Nad, disse que esses aviões poderiam “apenas voar”, e que não estavam aptos para entrar em combate.
O ministro eslovaco sugeriu ainda que as falhas podem ter sido causadas por técnicos russos trabalhavam na Base Aérea de Sliač até o final de 2022. Uma investigação está em andamento mas, preliminarmente, foi informado que as panes foram encontradas em alguns componentes que somente os técnicos russos tiveram acesso.
O Brigadeiro General Ľubomír Svoboda, Subchefe do Estado Maior General das Forças Armadas da República Eslovaca, também levantou suspeitas de que os técnicos russos poderiam ter danificado intencionalmente os motores de alguns MiG-29 enquanto trabalhavam para a Força Aérea Eslovaca (SAF). Essa informação endossa a desconfiança do Ministério da Defesa sobre a idoneidade desses funcionários russos.
A Força Aérea Eslovaca herdou os seus MiG-29 Fulcrums no final de 1992, quando a então Tchecoslováquia se dividiu pacificamente em República Tcheca e República da Eslováquia. Com isso, a frota de aeronaves militares de origem soviética foi dividida entre as duas novas nações.
A Eslováquia reuniu seus Fulcrums na Base Aérea de Sliač. Entre 2009 e 2022 manteve contrato com técnicos russos para atuar no suporte da frota de MiG-29A/UB, que foi definitivamente desativada e armazenada em agosto do ano passado.
Com o desenrolar da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, e os insistentes pedidos de Kiev por ajuda, o governo da Eslováquia acabou repassando seus MiG-29 para a Força Aérea Ucraniana (detalhes aqui).
Apesar da ajuda, especialistas sugerem que os envelhecidos MiG-29 adicionais não representarão uma virada de jogo para a Ucrânia, sendo mais um gesto simbólico do que uma melhora real em sua capacidade de combate aéreo. Os pilotos ucranianos argumentam que os MiG-29 só ajudam na defesa aérea, mas não tem a capacidade para estabelecer a superioridade sobre seu espaço aéreo. “Atualmente os MiG-29 só podem conter o inimigo, mas com os F-16, poderíamos controlar o espaço aéreo, marítimo e terrestre, fornecendo melhor proteção para a infantaria”, disse o Major Vadym Voroshylov, piloto ucraniano de MiG-29, em uma entrevista ao The Telegraph.
Apesar da suspeita – ainda não comprovada – de sabotagem russa nos MiG-29 entregues pela Eslováquia, os pilotos ucranianos acreditam que a adição dessas aeronaves não é suficiente para mudar a situação no conflito. Serão necessários caças mais avançados, para efetivamente ter algum impacto significativo na luta pelo controle do espaço aéreo.
@FFO