Surgem as primeiras imagens da Base da IAF de Nevatim, após o ataque iraniano. Surgiram as primeiras imagens de satélite da MAXAR, mostrando os danos após o ataque iraniano do dia 1 de outubro. As imagens são restritas a parte sul da base, mas mostram que os danos foram menores que os inicialmente propagados.
Uma análise inicial dos vídeos do ataque do Irã contra Israel, efetivado na noite do dia 1/10, deixaram claro que os mais de 180 mísseis e dezenas de drones suicidas, tinham como principal objetivo destruir bases militares, prédios de comando e alvos estratégicos. Entre estas alvos estavam as bases aérea da Israeli Air Force (IAF) e o alvo mais valioso seria a Base Aérea de Nevatim (LLNV), sede de várias unidades aéreas, entre elas os três esquadrões de Lockheed Martin F-35I Adir.
A Base Aérea de Nevatim abriga sete esquadrões. Lá estão sete unidades aéreas, dentre elas os Esquadrões 116, 117 e 140 de F-35I. Além deles há os Esquadrões 103 (IC-130), 120 (KC-707), 122 (G550 e GV) e 131 (KC-130HI e C-130HI). Ela fica mais próxima à região central do país, no meio do deserto, a 40 km a leste da cidade de Berseba. É uma base enorme, com duas pistas paralelas (08R/26L e 08L/26R), com hangares de dispersão e instalações não concentradas. Para destruir ela seria necessário diversos impactos precisos em pontos distintos da base.
Imagens vistas hoje, feitas do espaço por um satélite da Maxar, mostram que os danos foram menores e a base não foi destruída, como militares do Irã haviam divulgado. Houve danos de grande monta em alguns pontos, mas não inviabilizou a operação.
As poucas fotos mostram apenas a área sul da enorme base, aparentemente onde estão sediados os esquadrões de Adir. O que é possível ver é que a frota de F-35I deve ter sido atingida, mas numa escala muito menor que a estimativa original, onde se falava em 20 aeronaves, ou seja, 50% da frota.
Fontes da mídia iraniana relataram que a instalação foi “completamente destruída” no ataque — algo questionável e que aparentemente se comprovou hoje que não ocorreu. No máximo, danos pontuais, algo compreensível diante da saturação de mísseis disparado contra a base.
Imagens e vídeos vindas de Israel inundaram as redes sociais e mostram o impacto de dezenas de mísseis balísticos em uma suposta base aérea, além de outros locais, como a região de prédio sede do Mossad — o serviço secreto de Israel, em Tel Aviv.
Em uma análise das fotos de Nevatim é possível ver que apenas seis pontos foram de fato atingidos, todos no setor sul, sendo um deles uma taxiway, que ao que consta já teria sido reparada. Outros quatro pontos são nos pátios. O mais sério foi um impacto em um dos hangares, que parecem abrigar os F-35I. O estrago é visível, mas não se sabe se havia aeronaves no local. Se havia, provável que ficaram muito danificadas ou mesmo destruídas. Não ha registros que ambas as pistas tenham sido atingidas ou ao menos não é visível nas fotos, lembando que não há imagens do setor norte. Mesmo que tenha sido danificada a pista 08L/26R, a pista 08R/26L está operacional.
Outras bases foram atacadas, mas pouco se sabe ou quase nada sobre o que foi danificado, se é que houve danos. Outras perdas de caças foram relatadas pela mídia, incluindo perdas de F-15I Ra’am do 69 Sq da Base Aérea de Hatzerim, outra base que abriga muitas unidades. A Base Aérea de Ramat David teria sido atingida também, com prejuízos menores a frota de F-16C/D. Tudo ainda precisa ser ratificado ou retificado.
A frota de caças israelense permanece na ativa, pois no dia 2 e 3 de outubro, caças F-15 e F-16 fizeram ataques no Sul do Líbano, em Beirute e na Faixa de Gaza. Não houve relatos do emprego dos F-35I.
A IAF recebeu até o momento 40 F-35 (IAF 901 a 940) de um total de 50 previsto do primeiro lote. É provável que existam aeronaves F-35 danificada e mesmo pedidas, no hangar atingido. Israel já encomendou um segundo lote com mais 25 F-35I ao custo de US$ 3 bilhões em junho deste ano, com entregas para 2028, que poderão ser antecipadas pelos EUA.
A “True Promise 2″, segue a operação a “True Promise” de abril de 2024, um ano de crescentes tensões entre Teerã e Tel Aviv, e representa um ataque retaliatório muito aguardado após um ataque israelense a Teerã em 31 de julho. Foi relatado anteriormente que o Irã concordou em não retaliar se Israel diminuísse as hostilidades. Porém, com a invasão de Israel e o bombardeio intensivo do Líbano e o assassinato da liderança do grupo de milícias alinhado ao Irã, Hezbollah, o acordo se rompeu.
As Forças de Defesa de Israel anunciaram que sua resposta será “vista por todo o Oriente Médio”, com o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Yisrael Katz, afirmando que todo o “mundo livre” tinha que apoiar Israel — uma referência ao esperado apoio ocidental para futuros ataques israelenses. O influente senador dos EUA Lindsey Graham, enquanto isso, pediu ao presidente Joe Biden que autorizasse ataques às refinarias de petróleo iranianas.
@CAS