Suécia irá armar os Gripen C/D com os mísseis Taurus KEPD 350. A Administração das Forças Armadas Suecas para Material (FMV), vai adquirir e integrar o míssil de cruzeiro Taurus KEPD 350 de fabricação alemã para ser integrado no Saab JAS-39C Gripen da Sweden Air Force (SwAF), com IOC para até 2028.
“Este é um passo para garantir que nossos pilotos tenham as ferramentas para enfrentar os desafios de amanhã”, disse o Tenente-Coronel Erik Nilsson, porta-voz da Força Aérea Sueca. À medida que Estocolmo aprofunda seus laços com aliados da OTAN e observa ameaças regionais, o movimento sinaliza uma mudança silenciosa, mas deliberada, em sua postura de defesa — uma que ressoa muito além da Escandinávia.
A decisão de armar o Gripen C/D com o Tauros é um marco para a Suécia, uma nação historicamente cautelosa sobre escalada militar. As negociações com a Alemanha começaram no final de 2024, conforme o Eurasian Times, estimuladas pela filiação plena da Suécia à OTAN. A diretriz da FMV, delineada em um documento governamental citado pelo Jane’s Defence Weekly na semana passada, prevê que os mísseis estejam operacionais na variante Gripen C/D até 2028, com planos de estender a compatibilidade com ao Gripen E, posteriormente.
“A Suécia está querendo superar seu peso”, disse o Sr. Peter Hultqvist, ex-ministro da defesa sueco, falando ao Defense News em 1º de março. “Não se trata somente de armar o Gripen, mas de dissuasão”.
O Taurus KEPD 350, desenvolvido pela Taurus Systems GmbH — uma joint venture entre a MBDA Deutschland e a própria Saab da Suécia — não é uma arma comum. Pesando 3.086 libras e se estendendo por 16,7 pés, este míssil de cruzeiro lançado do ar ostenta um alcance superior a 310 milhas, impulsionado por um motor turbofan Williams P8300-15 a velocidades de até Mach 0,95.
Sua ogiva de 1.058 libras vem em duas variantes: a MEPHISTO, projetada para penetrar abrigos subterrâneos endurecidos com um explosivo de estágio duplo, e uma opção de fragmentação para alvos mais macios. Lançada de 40.000 pés, ela voa tão baixo quanto 82 pés acima do solo, guiada por um sistema de navegação triplo — INS, GPS e radar de referência de terreno — tornando-a quase invisível ao radar.
O sensor eletro-óptico e o buscador infravermelho do míssil permitem o redirecionamento em pleno voo, enquanto sua envergadura de 6 pés se retrai após o lançamento para furtividade. “É uma fera de precisão”, disse o coronel [aposentado] Hans Müller, um veterano alemão da Luftwaffe, em uma entrevista em fevereiro com a Military Embedded Systems. “Você aponta, ele acerta — através de concreto ou aço.
Para o Gripen, um caça leve multifuncional, o Taurus acrescenta um soco sério. O JAS-39C, com 46 pés de comprimento e uma envergadura de 27,6 pés, pesa 14.600 libras vazio sendo movido por um motor Volvo RM12, um derivado do F404 da General Electric, entregando 18.100 libras de empuxo.
Capaz de Mach 2 e um teto de 50.000 pés, ele já carrega bombas guiadas a laser e mísseis antinavio como o RBS15. Integrar o Taurus, no entanto, requer atualizações de software para o padrão MS20 Block 4, um processo que a FMV e a Saab estão coordenando com engenheiros alemães.
A mudança da Suécia reflete correntes mais amplas. Desde que se juntou à OTAN em março de 2024, Estocolmo mudou da neutralidade para a defesa coletiva, uma mudança acelerada pelas ações da Rússia na Ucrânia e no Mar Báltico. “Não somos ingênuos sobre nossa vizinhança”, disse a Maj. Gen. Lena Hallin, chefe da SwAF em janeiro de 2025.
Com 81 Gripens em serviço — 60 C/Ds — a Suécia visa reforçar sua dissuasão ao lado de aliados como Finlândia e Noruega. O papel da Alemanha não é somente como fornecedora. Em 3 de março de 2025, a Saab anunciou um contrato separado de 1,7 bilhão de coroas suecas da TAURUS Systems GmbH para modernizar e sustentar o estoque de Taurus da Alemanha até 2035, de acordo com um press release da empresa. Avaliado em US$ 159 milhões, o acordo atualiza sistemas e garante uma década de suporte, mas é uma nota de rodapé para as ambições da Suécia.
A integração não é isenta de desafios. Adaptar o Gripen C/D para o Taurus exige testes rigorosos, com voos iniciais programados para 2026. As estimativas de custo giram em torno de 2 bilhões de coroas suecas (US$ 188 milhões).
Para a Saab, é uma vitória dupla — integração para a Suécia e manutenção para a Alemanha. Até 2028, se os prazos se mantiverem, o Gripen C/D carregará um míssil que pode atingir profundamente e sem ser visto, uma capacidade que a Suécia nunca usou antes. À medida que o mais novo membro da OTAN navega em seu papel, a dupla Taurus-Gripen pode inclinar a balança em uma região onde a estabilidade está por um fio.
@CAS