Su-34 ganha capacidade de lançar mísseis hipersônicos. Recentemente, as Forças Aeroespaciais Russas (RF-VKS) atacaram alvos na Ucrânia com mísseis balísticos disparados a partir de caças-bombardeiros Sukhoi Su-34 Fullback. O ataque revelou uma capacidade até então não conhecida da Su-34, o que mostra que os russos ampliaram seu leque operacional durante a guerra.
A integração ao Su-34 faz sentido, pois no arsenal russo, apenas cerca de 30 a 35 MiG-31K/I estão em serviço com capacidade de laçar mísseis hipersônicos. Ampliar o número de vetores integrados ao míssil hipersônicos Kh-47M2 Kinzhal, que recentemente teve sua produção ampliada, era algo essencial.
Atualmente o Su-34 se destaca como a classe de caça predominante dentro da Força Aérea Russa, com um estimado em mais de 120 unidades em serviço. Pele seu porte e capacidade operacional, o Su-34 era um candidato natural. O que surpreendeu de certa forma foi a velocidade com que a integração foi feita.
Além disto, o Su-34, por ser mais novo, tem sobre o MiG-31 vantagens em termos de requisitos de manutenção e custos operacionais. O Su-34, necessita menos manutenção por hora de voo e apresenta taxas de disponibilidade mais altas. Isto, o torna uma aeronave ideal para a operação com os mísseis Kinzhal.
Ao incorporar o Kinzhal no Su-34 a RF-VKS passou a ter uma considerável vantagem tática, pois os caça da Sukhoi está implantado em mais teatros de operação que o MiG-31, estendendo-se desde o Árctico e do distante Extremo Oriente até aos terrenos contestados da Ucrânia e da Síria.
Em 4 de setembro, um oficial de defesa, que pediu para permanecer anônimo, forneceu informações a imprensa sobre o ataque inaugural executado por um caça Su-34 usando um míssil hipersônico Kinzhal. Em reconhecimento ao marco, o funcionário divulgou: “A primeira tripulação a realizar com sucesso uma tarefa tão exigente receberá prêmios estaduais”.
A agilidade destes mísseis apresenta um desafio notável para o seu rastreamento e interceptação. Uma dificuldade, ainda amplificada pelas suas velocidades terminais que se aproximam de Mach 9. Além disso, possuem a capacidade de abrigar uma grande variedade de tipos de ogivas, aumentando assim a sua versatilidade.
Com o ataque de 4 de setembro, a RF-VKS deve intensificar o uso do Su-34 em ações de ataque a Ucrânia com o Kh-47M2, inclusive lançando mísseis sem invadir o espaço aérea da Ucrânia, isto é, lançando de áreas fronteiriças.
@CAS