Su-27 russo “lança míssil” próximo de um RC-135W da RAF. No último dia 29 de setembro, uma aeronave de coleta de inteligência eletrônica RC-135W da Royal Air Force (RAF) foi interceptada por dois caças russos Su-27 Flanker, durante uma missão de patrulha no espaço aéreo internacional do Mar Negro. O encontro durou cerca de 90 minutos, e neste período um dos pilotos russos dos Flankers teria lançado um míssil BVR próximo ao avião britânico.
As informações foram divulgas pelo Secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, em um comunicado despachado ontem (20/10) para os parlamentares britânicos. De acordo com Wallace, a liberação do míssil teria sido causada por um problema técnico no Shukoi russo, e não um ato deliberado pelo piloto do caça.
Foi um “engajamento potencialmente perigoso” afirmou Wallace, salientando que não aparentou ser uma “escalada deliberada”, mas o resultado de um mau funcionamento técnico, conforme uma prévia investigação realizada por Moscou.
Com base no histórico do Site Flight Radar 24, no dia 29/09 o voo em questão seria o RRR7215, operado pela aeronave ZZ664, que decolou da RAF Waddington, no Reino Unido, para uma patrulha sobre o Mar Negro, na Crimeia. O tempo total de voo foi de mais de 10 horas e 30 minutos, e a permanência sobre o Mar Negro foi cerca de três horas, entre 13:43 UTC e 16:30 UTC, sempre mantendo uma altitude média entre 35 mil e 36 mil pés (FL350 e FL360).
Embora o incidente em si não pareça ser particularmente relevante, pois tudo sugere que um míssil caiu de um dos pilones do Flanker e não foi “disparado”, é no mínimo interessante notar que o Rivet Joint sobrevoando o Mar Negro foi interceptado pelos caças russos.
De qualquer forma, o grave incidente alterou a rotina dos voos de vigilância sobre o Mar Negro, com as operações de patrulha suspensas até que o Reino Unido recebesse uma resposta da Rússia. Com os esclarecimento fornecidos por moscou, a retomada das missões dos RC-135W River Joint na região agora são realizadas sob a escolta de caças Eurofighter Typhoon da RAF.
A primeira missão com escolta de caças foi notada em 18 de outubro, quando um RC-135W e dois Typhoons puderam ser rastreados online no Flightradar24.
A RAF dispõem de três RC-135W Rivet Joint, matriculados ZZ664, ZZ665 e ZZ666, todos reunidos no 51 Squadron da RAF Waddington. O Rivet Joint é uma aeronave altamente modificada, dedicada para missões de inteligência, vigilância eletrônica, coletas de dados, monitoração de comunicações, detecção de sinais de radares, identificação de frequências de rádio e radares, além de localizar pontos de interesse como estações móveis, baterias de SAM , etc.
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