Sérvia negocia a compra do Dassault Rafale. Desde julho de 2020, o governo da Sérvia vem procurando um caça para substituir ou complementar os seus MiG-29 e substituir a antiga frota de Soko J-22. Após flertar com a Rússia por caças Su-30/Su-35, um país ao qual a Sérvia tem boas relações, o cenário de tensão na Europa, provocado pela própria Rússia, aproximou a Sérvia do ocidente. Hoje a antiga república iugoslava está perto de ser um novo cliente do Dassault Rafale.
No fim do ano passado, o Ministro da Defesa da Sérvia, Nebojsa Stefanovic, disse publicamente que o governo estudava a aquisição de caças franceses Dassault Rafale para modernizar a Força Aérea de Defesa da Sérvia (V i PVO). Com o aporte (aumento) de €500 milhões no orçamento da defesa em 2022, a compra dos Rafales se encaminha para uma fase avançada, onde foram abertas negociações.
O jornal francês La Tribune afirmou que Belgrado está atualmente negociando um contrato para a aquisição de 6 a 12 Rafales, após uma oferta ser apresentada formalmente pela Dassault no início de março. Isto não significa que ele esteja em vias de ser assinado. Pelo contrário. As negociações devem ser realizadas ao longo de 2022.
Além disto, ela deverá ser aprova pelo governo francês, através da Comissão Interministerial para o Estudo da Exportação de Material de Guerra [CIEEMG]. Em 2019, a Comissão autorizou a venda de mísseis antiaéreos Mistral 3 para a Sérvia. Mas o contexto era diferente, já que a Rússia, com a qual Belgrado tem laços estreitos, não havia invadido a Ucrânia. No entanto a própria invasão pode favorecer os sérvios. Na atual onda de pressões políticas anti-Rússia, a França dever apoiar a aquisição dos Rafales, com o intuito de afastar de vez a Sérvia da influência militar da Rússia e da China. A compra dos caças poderá vir, inclusive, com a entrada da Sérvia na União Europeia como um bonus. Vale lembrar que a Sérvia negocia seu ingresso na UE desde 2014.
O que poderá ser feito é o mesmo feito com a Grécia e a Croácia, outro país oriundo da divisão da Iugoslávia, isto é, repassar aerovanes Rafale ex-Armée de l’Air et de l’Espace (AAE) a Vi PVO. O fato é que hoje a Sérvia tem tudo para se juntar a França, Egito, Qatar, Grécia, Croácia, Índia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, e se tornar o nono país cliente do Dassault Rafale.
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