Saab aposta no Gripen como sucessor do Typhoon na Áustria. Em 2002, o governo austríaco decidiu comprar um lote de caças Eurofighter Typhoon para repor a frota de J-35 Draken, em vez dos JAS39 Gripen, quebrando uma tradição de longa data com a fabrica sueca de aeronaves. Durante a sua história a Força Aérea da Áustria operou aeronaves Saab como o monomotor Safir, o jato J-29 Tunnan, o treinador Saab 105 e o caça supersônico J-35 Draken.
Os 15 Eurofighter Typhoon recebidos a partir de 2007 pela Força Aérea Austríaca, são da primeira versão Tranche 1, que carecem de elementos essenciais de autodefesa, capacidade noturna e armas de longo alcance. A manutenção do Tranche 1 sofre com o fornecimento de peças de reposição, pois alguns componentes essenciais desta primeira versão não tem mais fabricação em escala. Soma-se a isso, a custosa operação dessas aeronaves, cuja hora de voo é estimada em € 65 mil. Uma futura atualização desses caças teria um custo previsto de € 200 milhões.
Em meio a essa situação, a Saab vê outra chance para seu Gripen. De acordo com o site Aero.de, o jornal “Der Standard” informou, entre outras coisas, que os suecos recentemente abriram uma subsidiária no país, a Saab Aeronautics Austria GmbH, e que agora estão tentando “criar um clima para o Gripen”.
A Saab fez uma oferta informal ao governo austríaco, que inclui a compra de doze caças Gripen C (monoplaces) e dois caças Gripen D (biplaces), juntamente com um pacote de peças de reposição, treinamento das equipes de terra e simuladores. Os novos Gripen poderiam ser entregues em dois anos, e seriam equipados para missões de vigilância aérea e ataque a alvos terrestres, com capacidade de autoproteção e sistema de visão noturna.
O pacote oferecido pela Saab Aeronautics teria um valor total estimado de € 900 milhões. A fabricante sueca informa que os custos operacionais do Gripen C – tomando como referência as frotas da República Tcheca e Hungria – em cerca de € 23 mil por hora de voo. Calculado ao longo de 15 anos, isso resultaria em cerca de € 105 milhões por ano, ou cerca de € 50 milhões a menos do que custaria operar Eurofighters modernizados.
Resta saber se a Saab será bem-sucedida com seus esforços em Viena, uma vez que além dos fatores técnicos, há o impasse político nessa questão. O Partido Verde, formador do governo atual, garantiu aos seus membros que não iria adquirir novos aviões de combate.
A Saab aguarda uma reunião com a ministra da Defesa, Klaudia Tanner, e aposta em um importante fator para que essa decisão seja reconsiderada pelo governo austríaco: a invasão russa na Ucrânia. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
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