Russos caem em isca falsa plantada pela Força Aérea Ucraniana. Um vídeo de ataque com drone das Forças Armadas Russas, divulgado em 30/11 inicialmente nas redes sociais do país, chamou a atenção de especialistas do mundo todo e se tornou viral na internet.
As imagens mostram o ataque de um drone kamikaze russo, modelo ZALA Lancet, a um jato Su-25 Frogfoot da Força Aérea Ucraniana estacionado na Base Aérea de Dolgintsevo, perto de Kryvyi Rih, na Ucrânia, localizada a cerca de 70 km da linha de frente dos combates.
Analistas do OSINT Technical, grupo que reúne pesquisadores e interesados pelo assunto, se debruçaram nas imagens e descobriram que os russos caíram numa “isca” plantada pelos ucranianos em Dolgintsevo.
Ao ampliar as imagens é possível notar que as asas do “suposto Su-25” são presas diretamente na fuselagem do jato, ao invés de se conectarem às entradas de ar dos motores. Além disso, outas partes do “jato destruído” visivelmente são falsas como a cabine e o trem de pouso, afirmam os analistas, que não tem dúvidas que se trata de uma isca muito bem concebida.
Até pouco tempo atrás, a Base Aérea de Dolgintsevo estava longe do alcance desses ataques kamizakes, até a empresa russa ZALA desenvolver a nova versão do Lancet, com alcance estendido para 72 quilômetros. A primeira variante tinha um raio de ação de apenas 50 quilômetros.
De acordo com uma reportagem do jornal ucraniano Kyiv Post, os russos costumam usar os drones Lancets combinados com drones de reconhecimento russos Orlan-10, que auxiliam na identificação e aquisição dos alvos e na orientação aos ataques. Além disso, o Orlan-10 pode ser equipado com um repetidor de rádio, e pode atuar como um transponder para controlar o Lancet em um alcance mais estendido.
“A Rússia afirma que está equipando estes UAVs [Lancet] com uma capacidade de Inteligência Artidicial (IA), em resposta aos sistemas melhorados de Guerra Eletrônica (EW) implantados pelos ucranianos, e que desativaram os sinais de controle dos Lancets. A Alegação é que a IA permite que as novas versões do drone possam discernir alvos de forma autônoma”, afirma areportagem.
Recentemente ataques dos drones Lancet destruíram duas aeronaves reais da Força Aérea Ucraniana, um MiG-29 Fulcrum no mês de setembro e um Su-25 em outubro, ambos estacionados em Dolgintsevo.
Very interesting video of a Ukrainian MiG-29 fighter jet based at the Dolgintsevo Air Base near Kryvyi Rih being struck by a Russian ZALA Lancet loitering munition.
— Status-6 (Military & Conflict News) (@Archer83Able) September 19, 2023
The airframe appeared to be operational, though it can be concluded from the video that it suffered only minor… pic.twitter.com/jZDYZ5rukq
A utilização de iscas, alvos falsos e sistemas experimentais antidrones foram implementados em diversos aeródromos russos e ucranianos. Isto mostra que ambos os lados reconhecem a vulnerabilidade das suas defesas aéreas instaladas nos aeródromos militares, que se tornaram alvos de pequenos drones kamikazes de difíceis de detecção.
#Ukraine: A Ukrainian Su-25 close air support aircraft was destroyed by a Russian Lancet loitering munition at the airfield of Kryvyi Rih.
— 🇺🇦 Ukraine Weapons Tracker (@UAWeapons) October 10, 2023
This is the second aircraft known to be targeted on this airfield by Russian loitering munitions. pic.twitter.com/5E2RuBZPNb
Cada Lancet custa de US$ 30.000 a US$ 35.000 e é considerado uma arma perigosa e letal. Ele pode facilmente destruir ou neutralizar tanques, peças de artilharia, sistemas de defesa aérea e aeronaves, causando grandes prejuízos humanos e materiais. Embora esse último ataque não tenha causado nenhuma perda real à Força Aérea Ucraniana, essas armas representam uma ameaça às Base Aéreas.
@FFO