Rússia se prepara para guerra com o Ocidente e alerta governo da Estônia. A Rússia está se preparando para um confronto militar com o Ocidente na próxima década, conforme o Serviço de Inteligência Estrangeira da Estônia. A informação foi divulgada na terça-feira (13/02), em meio a crescentes advertências de autoridades ocidentais sobre uma ameaça militar russa aos países ao longo da fronteira oriental da OTAN, pedindo que a Europa se prepare reequipando-se.
“A Rússia escolheu um caminho que é uma confrontação de longo prazo … e o Kremlin provavelmente está prevendo um possível conflito com a OTAN na próxima década ou algo assim“, disse Kaupo Rosin, Chefe do Serviço de Inteligência da Estônia, durante entrevista de apresentação do relatório de ameaças à segurança nacional da Estônia.
Segundo Rosin, esta avaliação é baseada nos planos de que Moscou pretende dobrar o número de forças militares estacionadas ao longo da fronteira com os países membros da OTAN, nomeadamente a Finlândia e os estados bálticos (Estônia, Lituânia e Letônia).
A curto prazo, uma ação militar russa na região é considerada altamente improvável, afirmou Rosin, salientando que isso se principalmente porque Moscou precisa manter parte das suas tropas na Ucrânia. Da mesma forma, se os países da OTAN na Europa reforçarem as suas defesas, esta situação não deverá se alterar em pouco tempo.
“Se não nos prepararmos, a probabilidade (de um ataque militar russo) seria muito maior do que sem qualquer preparação“, ressaltou Rosin. A Estônia e os outros Estados Bálticos aumentaram seus gastos militares acima de 2% do PIB depois que a Rússia anexou a Crimeia em 2014, e os aliados da OTAN intensificaram sua presença nesses países.
Até 2027, a Alemanha planeja ter aproximadamente 4.800 militares prontos para combate na região, em sua primeira implantação estrangeira permanente desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo Rosin, a OTAN e seus aliados estão se movimentando na direção correta para contrabalançar a ameaça vinda de Moscou.
A Rússia terá eleições presidenciais em 15 de março, e Rosin não prevê um grande avanço russo na Ucrânia antes do resultado do pleito, já que seriam necessárias muito mais tropas para conquistar esse objetivo. Segundo ele, a capacidade logística da Rússia de suprir as suas tropas em combate supera a da Ucrânia, que depende de um aumentado do apoio dos aliados para mudar a situação no campo de batalha.
No mesmo dia da divulgação do relatório, o Kremilin colocou o nome da primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, na lista de procurados pelo governo russo, sob a alegação de “profanação à memória e destruição de monumentos militares soviéticos”. Recentemente, Kallas disse que seu governo iria destruir cerca de 400 monumentos relacionados com a era soviética em seu país. A Estônia, assim com os demais países bálticos, foram parte da extinta União Soviética, desmantelada em 1991.
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