Rússia lança sonda para a Lua após quase 50 anos da última missão. A Rússia lançou ontem (11/08) o foguete Soyuz transportando o módulo Luna-25, em sua primeira missão para a Lua após quase 50 anos. Com o objetivo de dar um novo impulso ao seu programa espacial, a missão partiu da base espacial Vostochny, no extremo leste do país, conforme as imagens transmitidas ao vivo pela agência espacial Roscosmos.
O lançamento do módulo lunar é a primeira missão russa à Lua desde 09 de agosto de 1976, quando a então União Soviética lançou o Luna-24, em seu pleno período de vanguarda da conquista do espaço. Entre 1959 e 1976 os soviéticos enviaram 24 sondas à Lua para coletar amostras de solo, mas o programa foi suspenso após falhas na construção de um foguete.
Em abril de 2022, cerca de dois meses após a invasão da Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que o programa lunar seria impulsionado. Mas, apesar de parecer um retorno às glórias soviéticas do passado, na verdade o Luna-25 é uma tentativa, várias vezes adiada, de não ficar atrás na atual corrida à Lua, disputada pelos Estados Unidos, China, Índia, Japão entre outros países. Detalhe é que a Luna-25 deverá pousar na Lua cerca de 48 horas antes da sonda indiana Chandrayaan-3.
O plano é que a sonda Luna-25, que pesa cerca de 800 quilos, pouse na superfície do polo sul da Lua após quatro dias de viagem. O local foi escolhido porque existe a suspeita da existência de gelo no solo, que poderia ser usado como fonte de água potável para futuras missões tripuladas. A missão da Luna-25 deve durar cerca de um ano, quando ela coletará e analisará as amostras de solo utilizando seus equipamentos embarcados, transmitindo os resultados às estações da Roscosmos na Rússia.
A Rússia é uma das três principais potências em voos espaciais tripulados, junto com os EUA e a China, mas se beneficia principalmente da herança soviética. Como os EUA e a China, a Rússia planeja enviar tripulantes à Lua, mas a data de lançamento tem sido seguidamente adiada. Atualmente menciona-se o ano de 2030, mas parece improvável que seja mantida, especialmente após o início da guerra com a Ucrânia, informou uma reportagem da Deutsche Welle.
Para alcançar seu objetivo no espaço e nas viagens tripuladas ao satélite natural da Terra, a Rússia tem trabalhado cada vez mais junto dos chineses. Entre os projetos que tocam juntos, há o planejamento de que até 2035 seja estabelecido um assentamento sino-russo na Lua.
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