Entretanto, fontes militares da indústria russa revelaram para a agência de notícias Izvestia, que o projeto seria ajustado para equipar o novo vetor com mísseis e bombas guiados, o que elevaria o patamar para uma aeronave de ataque, capaz de atingir alvos terrestres de dia e à noite sob qualquer condição climática. Este programa foi batizado como “Night Hunter 1”.
Designado apenas como “Night Hunter”, o projeto foi inciado em 2016 com a assinatura de um contrato de pesquisa e desenvolvimento entre o Ministério da Defesa e o PJSC Ilyushin. Essa etapa inicial previa a conversão de uma antiga aeronave de transporte Antonov An-12, equipada com dois canhões automáticos de 57 mm.
Em dezembro de 2017, os estudos concluíram que esses antigos quadrimotores soviéticos não atenderiam plenamente aos requisitos definidos no projeto, e que tais aeronaves se aproximam do final da sua vida operacional. No verão de 2019 foi aberta a segunda fase, batizada “Night Hunter 1”, cujo objetivo é encontrar uma aeronave adequada e convertê-la para operações especiais. Ela deverá fornecer apoio aproximado às tropas em campo de batalha, destruindo a infantaria inimiga, fortificações e veículos blindados sob quaisquer condições climáticas.
Atualmente, as aeronaves mais proeminentes para essas missões são os Lockheed AC-130W “Stinger II” e o AC-130J “Ghostrider”, ambos da USAF. Eles foram projetados como suporte para operações especiais em conflitos de baixa intensidade, combates à unidades de guerrilhas, contra-insurgentes, terroristas, porém se mostram inadequados para conflitos de grande escala contra inimigos fortemente equipados.
Aviões de combate de grande porte ficaram famosos durante a Guerra do Vietnã, no final dos anos 1960. Na ocasião a USAF adaptou uma série de versões de ataque dos seus aviões de transporte C-47 Dakota, C-119 Flying Boxcar e C-130 Hercules. Em comparação aos helicópteros da época, eles tinha maior velocidade, alcance e poder de fogo. Essas aeronaves eram capazes realizar longas missões de patrulha sobre a zona de conflito, além de manter fogo contínuo contra inimigos em solo, com os seus canhões e metralhadoras de grosso calibre.
No início dos anos 1970, os viatnamitas conseguiram derrubar várias aeronaves com as suas artilharia antiaéreas (AAA), mísseis superfície-ar (SAM) e sistemas portáteis de defesa aérea (MANPADS). Ao todo, foram derrubados seis AC-130A Hércules do 16º Esquadrão de Operações Especiais, além de uma dúzia de AC-47D Spooky.
“Um avião de transporte não pode ser uma aeronave de ataque de pleno direito, que foi projetada para essas missões, com capacidade de realizar manobras complexas de autodefesa e ataque. O avião de transporte é um alvo conveniente para cenários onde existem defesas aéreas com MANPADS, ou até mesmo metralhadoras DShK. Eles não tem capacidade de mergulhar, o que limita o usa de muitos tipos de armas, porém a bordo ele terá um arsenal impressionante”, disse o Tenente General Valery Gorbenko, ex-comandante da Quarta Força Aérea e Exército de Defesa Aérea Russa, ao Izvestia.
Desde os seus primórdios, a USAF percebeu que, apesar das baixas iniciais, este tipo de
aeronave era muito eficaz. Foram desenvolvidas novas versões que atuaram com muito sucesso em conflitos recentes no Afeganistão, Somália, Síria e Iraque, bem como nas operações antiterroristas no Oriente Médio.
O Ministério da Defesa da Rússia possui um planejamento para desenvolver uma aeronave de ataque para missões especiais, convertida a partir de uma aeronave de transporte militar. Originalmente, esta aeronave de ataque russa, seria armada apenas com canhões de 57 milímetros, similares aos usados pelos AC-130 “Gunship” americanos.
Atualmente a variante mais moderna deste tipo de aeronave é o AC-130J/Ws, usado desde 2017 pela USAF. Eles são armados com obuseiros M102 de 105 mm, complementado com um canhão automático de rápido disparo de 30 mm GAU-23/A, sistemas Gunslinger com lançadores de mísseis AIM-176 Griffin e Bombas GBU 44/B. O Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA usa a variante KC-130J “Harvest Hawk”, equipada com pods subalares para bombas AGM-114 Hellfires, GBU-39 SDB e GBU-53/B SBD-II.
No início dos anos 2000, a Rússia converteu alguns dos seus bimotores Antonov An-72P de
patrulha em versões armadas. Essas aeronaves foram equipadas com um radar de busca israelense EL/M-2022A e armados com um canhão de cano duplo GSh-23L de 23 mm, além de pods UB-32 para foguetes não guiados de 57 mm. Implantados no serviço de fronteira do Extremo Oriente, eles atuaram em várias missões reais contra invasores, incluindo o episódio de um afundamento do navio STR-101 Albatross em fevereiro 2001, que não respondeu aos comandos para se afastar da região.
Durante a existência da União Soviética, surgiram muitos projetos para armar aviões de
transporte militar, mas oi considerada desnecessária diante da frota gigante de milhares de bombardeiros táticos, aeronaves de ataque e caças.
Nos últimos anos, muitas armas de curto alcance e alta precisão surgiram para armar aeronaves tripuladas e não tripuladas. Algumas delas foram testadas em drones militares em cenários combate na Síria. Dois modelos de canhões de 57 mm de disparo rápido também foram desenvolvidos para equipar veículos de combate terrestre, e poderia ser usadas por aeronaves de transporte.
@FFO