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RFA 138 – Editorial

14 de novembro de 2022
As Forças Aéreas da Argentina (FAA), do Brasil (FAB) e do Chile (FACH) se reuniram no Norte do Chile para mais uma edição do tradicional exercício multinacional de paz SALITRE, que ocorreu de 8 a 22 de outubro de 2022. Durante duas semanas, aeronaves da FAA, FAB e FACH operaram conjuntamente entre as bases chilenas de Antofagasta e Iquique. Na imagem, uma mecânica chilena instala o paraquedas em um dos F-5E Tiger III do Grupo 12 da FACH. Foto: Cees-Jan van der Ende e René van Woezik.

Novos ventos sopram na América Latina, com a ascensão de governos de ideologia de esquerda em praticamente todos os países do continente. Este fato traz mudanças estruturais em cada um deles e, no que nos interessa diretamente, a aviação militar. 

Dentre os países sul-americanos, quatro dos mais importantes – Argentina, Chile, Colômbia e Venezuela – empregam aeronaves norte-americanas entre seus principais vetores de combate. A Argentina conta com caças McDonnell Douglas A-4AR para garantir sua defesa aérea, e enfrenta um embargo britânicos de equipamentos militares, por conta da Guerra das Malvinas/Falklands de 1982. Por mais que estejam buscando uma nova frota de aeronaves de combate, suas opções são cada vez mais limitadas. Ainda assim, o país alocou US$664 milhões do orçamento de 2022 para a compra de 12 novos caças. No horizonte, as opções parecem ser de aeronaves russas, chinesas ou norte-americanas; estas últimas, no entanto, podem ser arriscadas devido à postura dos EUA frente ao novo desenho do continente sul-americano. A mais nova versão do caça sino-paquistanês CAC/PAK JF-17 Thunder parece ser a atual favorita. Se for adquirido, será uma interessante mudança de proa na aviação militar argentina.

Os chilenos têm como espinha dorsal de sua força aérea caças Lockheed Martin F-16AM/BM MLU e F-16C/D Block 50. Todo o armamento e os sensores dessas aeronaves são norte-americanos, bem como os aviões-tanque Boeing KC-135R Stratotanker que os apoiam. No recém-terminado Exercício Multinacional Salitre 2022, realizado sobre o deserto de Atacama, os americanos cancelaram a ida de suas aeronaves no último minuto, de forma emblemática.

Alguns analistas explicam o comportamento errático na Salitre como oriundo de desavenças daquele país com o governo de esquerda de Gabriel Boric. Se há, de fato, descontentamento, é um péssimo sinal para a FACH, a Fuerza Aérea de Chile, que depende dos EUA para se defender.

A Colômbia operou aeronaves de procedência norte-americana durante décadas, as mais vistosas sendo helicópteros Sikorsky UH-60 Blackhawk, muito empregadas em combate contra o narcotráfico e as guerrilhas de cunho ideológico. Essas mesmas guerrilhas, mais notadamente as FARC – Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colômbia –, resolveram, após anos de combate, chegar ao governo através do meio democrático, ascendendo ao posto máximo da política do país. 

Com a eleição de Gustavo Petros para presidente, e sua postura internacional, os EUA – ferrenhos defensores da política antidrogas – podem, em um futuro próximo, suspender a ajuda militar ao país. Interessantemente, isso poderia também influenciar a longa concorrência para substituir os cerca de 20 caças IAI Kfir C-10/TC-12 da Fuerza Aérea Colombiana (FAC). Aparentemente, o atual presidente foi convencido da importância da compra de novas aeronaves, uma vez que os Kfir deverão ser desativados no final deste ano. Estão no páreo o Dassault Rafale, o Airbus Typhoon, o Lockheed Martin F-16V e o Saab Gripen E. A preferência da FAC é por uma aeronave monomotora, e o F-16 foi sempre o líder disparado das apostas. No entanto, com a chegada do novo governo, o Saab Gripen ganha um fôlego extra.

A Venezuela operou durante mais de 40 anos caças Lockheed Martin F-16 Block 15. Entretanto, tais caças há muito não recebem peças de reposição devido a um embargo norte-americano ao país governado por Nicolás Maduro. Ao longo dos últimos anos, os venezuelanos tentaram, sem sucesso, vender as aeronaves para o Irã, e realizar um upgrade com uma empresa belga. Mas a verdade é que o status dos F-16 da Aviación Militar Bolivariana é desconhecido, o que é de pouca importância, uma vez que o país adquiriu, em 2006, caças russos Sukhoi Su-30MKV, que são, atualmente, o baluarte da defesa aérea venezuelana.

E o Brasil? Neste ambiente conturbado, sem definições de futuro geopolítico, a estratégia nacional de investir em sua indústria aeronáutica e de preferir, sempre que possível, equipamentos procedentes de países não hegemônicos se mostra acertada. Hoje, a Força Aérea Brasileira opera uma única aeronave de combate produzida no exterior, o F-5M, que já está sendo substituído pelo Saab Gripen, que conta com significativa participação da indústria nacional. Décadas de trabalho árduo e decisões acertadas podem agora dar frutos.

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