No último dia 23 de novembro, a USAF divulgou um relatório preliminar sobre o acidente do McDonnell Douglas F-15C-42-MC Eagle, AF 86-0176 (c/n 1027/C404), pertencente ao 493rd Fighter Squadron (493rd FS), parte da 48th Fighter Wing (48th FW), baseado na RAF Lakenheath (LN), Inglaterra. O evento aconteceu na costa da Inglaterra em 15 de junho deste ano, e culminou na morte do piloto de 27 anos, o 1º Tenente Kenneth “Kage” Allen.
Conforme o investigador, o piloto do Eagle estava “obcecado” em tentar interceptar um adversário simulado em missão de treinamento, voando agressivamente e desorientado por conta do mau tempo. O avião do 1º Ten “Kage”, literalmente entrou voando nas águas do Mar do Norte, a leste do Reino Unido. O Tenente chegou a ser chefe-adjunto da seção de armas e táticas do 493rd FS, onde começou a servir em fevereiro deste ano.
O Ten Kage era um dos elementos de uma esquadrilha de quatro F-15C do time “Blue Air”, em missão de treinamento de combate aéreo defensivo, cujo objetivo era proteger o porta-aviões britânico HMS Queen Elizabeth, que estava sendo atacado por seis outros F-15C, que atuavam como inimigos no combate simulado. De acordo com o relatório, originalmente “Kage” estava escalado para voar na esquadrilha inimiga “Red Air”, mas por questões de escala, substituiu um colega afastado por questões médicas, e acabou sendo puxado para a esquadrilha “Blue Air”.
O dia amanheceu nublado, com duas camadas de nuvens, a primeira mais baixa entre 1.000 a 4.000 pés,e a segunda entre 9.000 e 14.000 pés. Em depoimento, os pilotos ouvidos após o acidente, relataram que as várias camadas de nuvens tornavam a identificação do horizonte difícil, senão impossível de discernir abaixo de 9.000 pés. Ainda conforme o relatório, por conta das meteorológicas adversas, o voo ocorreu sobre as regras de voo IMC (Condições Meteorológicas por Instrumento), o que limita as manobras de descida (pitch) a no máximo 15 graus e de curvas (bank) para o limite de 60 graus.
O investigador concluiu que, após o Ten. Kage sair das nuvens a uma altitude de 10.000 pés, em uma tentativa de interceptação do inimigo, a visibilidade ficou muito reduzida abaixo da camada de nuvens, e a falta de um horizonte definido o deixaram espacialmente desorientado e incapaz de perceber imediatamente que a sua aeronave estava em descida e rapidamente perdendo altitude.
O relatório preliminar, concluiu que o piloto provavelmente não checou os instrumentos durante o combate em rápida descida e, portanto, não percebeu que havia ficado tão desorientado enquanto pilotava agressivamente a aeronave, sem perceber que não havia uma referência de horizonte definido entre o céu e o oceano. O caça mergulhou nas águas geladas do Mar do Norte, ceifando a vida do jovem caçador.
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