

Reino Unido autoriza aquisição da Spirit AeroSystems pela Boeing. A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA — Competition and Markets Authority) aprovou a aquisição planejada de US$ 4,7 bilhões em ações da Spirit AeroSystems pela Boeing.
A aprovação da CMA remove um dos últimos obstáculos regulatórios para a Boeing retomar o controle da Spirit, a maior fabricante independente de aeroestruturas do mundo, da qual foi desmembrada há quase duas décadas. A Boeing afirmou em um comunicado: “Estamos satisfeitos com o resultado e continuamos trabalhando nos processos regulatórios restantes”.
Paralelamente, a Airbus está pronta para adquirir diversas instalações da Spirit vinculadas aos seus programas de aeronaves, incluindo as unidades de produção da fuselagem do A350 em Kinston, Carolina do Norte, e St. Nazaire, França; a produção dos componentes do A321 e A220 em Casablanca, Marrocos; a produção das asas do A320 e A350 em Prestwick, Escócia; e a produção do pilone e das asas do A220 em Wichita, Kansas, e Belfast, Irlanda do Norte.
A decisão da CMA ocorre após um período turbulento para a Boeing e a Spirit. As negociações para readquirir a Spirit começaram em março de 2024, após anos de perdas e problemas de controle de qualidade com vários fornecedores, que se intensificaram após a descompressão descontrolada do 737 MAX 9 no voo 1282 da Alaska Airlines em janeiro de 2024. O incidente, relacionado a um plugue de porta que não havia sido fixado no lugar devido a um erro de fabricação, colocou a Boeing sob maior escrutínio.
O acordo da Boeing para a compra da Spirit, finalizado em junho de 2024, é avaliado em US$ 4,7 bilhões em patrimônio líquido ou US$ 8,3 bilhões, incluindo dívidas. A Boeing retomará o controle das fábricas de Wichita e Tulsa que operava anteriormente, juntamente com uma unidade de MRO em Dallas, enquanto se desfaz de ativos não essenciais. A Spirit já vendeu a Fiber Materials no Maine e Rhode Island para a Tex-Tech Industries e não conseguiu encontrar um comprador para a produção da fuselagem média do A220 em Belfast, que agora será transferida para a Airbus.
Para a Boeing, a reaquisição visa consolidar as cadeias de suprimentos, aprimorar o controle de qualidade e reduzir o risco de novas falhas de fabricação de alto perfil. As ações da Boeing subiram 0,8% no pregão da manhã após o anúncio da CMA.
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