Rafale: França fez proposta secreta a Suíça. Recentemente veio a tona que o governo francês ofereceu um desconto financeiro estimado em 3,5 bilhões francos suíços para à Suíça comprar seus caças Dassault Rafale, ao invés dos Lockheed Martin F-35A americanos. A informação foi divulgada pela imprensa dia 11 de julho, a partir de um documento secreto descoberto pela rede de rádio e jornalismo Schweizer Radio und Fernsehen (SRF).
O documento adiciona mais combustível a uma discussão em andamento na Suíça sobre os custos e a necessidade da compra dos 36 F-35A. O acordo para a compra, no valor de 6 bilhões de francos suíços (US$ 6,2 bilhões), foi aprovado pelo parlamento em 2019 e aprovado pelos eleitores suíços no ano seguinte. Agora, ama iniciativa popular, contra a compra do F-35, parece ter reunido assinaturas suficientes para forçar um novo referendo para a compra, ao estilo do que barrou o Gripen em 2013.
Talvez por medo de repetir o resultado do Gripen, o governo suíço declarou de forma controversa e apressada que planeja finalmente assinar o contrato de aquisição do F-35A este ano, sem esperar pelo eventual resultado dessa votação.
A emissora pública SRF divulgou agora um documento secreto mostrando que a pechincha ainda estava em pleno andamento no verão passado, com a França determinada a persuadir a Suíça a mudar de ideia e comprar seus aviões Rafale. O documento foi assinado pelo ministro da Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, em 28 de junho de 2021. Várias fontes não identificadas disseram à SRF que os ministros do governo suíço não apenas viram a carta, mas também buscaram a contraproposta da França. Na carta, Le Maire se ofereceu para recalibrar o acordo franco-suíço sobre a tributação de trabalhadores transfronteiriços em favor da Suíça, por um valor estimado de 3,5 bilhões de francos. Ele também assegurou que a França apoiaria a Suíça em sua difícil situação com a União Europeia. Mas isso não mudou a mente da Suíça.
Segundo a SRF, as negociações com a França também geraram alguma animosidade entre o Ministério da Defesa suíço e os ministérios das Relações Exteriores e das Finanças, que se recusaram a comentar.
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@CAS