RAAF busca um substituto o C-130J. A Royal Australian Air Force (RAAF) está considerando adquirir um lote de novos aviões de transporte para substituir sua frota de 12 Lockheed C-130J Super Hercules, como um requisito do Force Structure Plan 2020 (FSP 2020). O documento do FSP 2020 coloca até US$ 13,2 bilhões não só para substituir as atuais C-130J-30 da RAAF – que já operam há mais de duas décadas, mas para expandir a frota a partir de 2029.
Durante o Dubai Air Show em meados de novembro, o vice-presidente executivo da Lockheed Martin Aeronautics, Greg Ulmer, disse que a RAAF consultou a fabricante americana pedindo detalhes para o fornecimento de 30 C-130J Hercules. “Eles estão conversando conosco sobre o potencial para 24 C-130J-30s e seis KC-130Js”, disse Ulmer.
Seis KC-130J seria uma novidade na frota da RAAF, que hoje conta apenas com os Airbus KC-30A como aeronave de Reabastecimento em Voo (REVO). Um futuro KC-130J seria muito útil para reabastecimentos tático da frota de F/A-18F e EA-18G.
O fato é que o FSP 2020 definiu como uma necessidade futura ampliar a capacidade de transporte aéreo e REVO da RAAF, mas, não disse que seria uma troca de C-130J por KC/C-130J. O Ministério da Defesa da Austrália não está focando só no C-130J. Apesar dos comentários de Ulmer à mídia internacional em um evento público, a Lockheed Martin sabe que está competindo com outros fabricantes, entre eles a Airbus, Embraer e Kawasaki.
“Estamos explorando opções para substituir o C-130J Hercules, que alcançará sua vida útil de 30 anos no ano fiscal de 2030/2031”, disse um porta-voz da Defesa. “Como parte desse processo, a Defesa buscou informações da indústria [RFI] sobre as opções de aeronaves de transporte e reabastecimento em voo de médio porte da Lockheed Martin, Airbus, Embraer e Kawasaki. Nossa decisão ainda não foi tomada”.
É importante notar também que, tanto o Airbus A400M quanto o Embraer KC-390 Milennium, são capazes de desempenhar a função de REVO para receptores de asa fixa e rotativas, e este, parece ser um ponto importante para o foco deste contrato. Apesar do C-130J ter, aparentemente, um leve favoritismo por já ser operado na RAAF, as possiblidades da aeronave europeia e brasileira são reais, especialmente porque ambos são aeronaves multimissão de fato.
Isto é, com A400M ou KC-390 a RAAF teria 100% da frota adquirida capaz de voar transporte e REVO, ao passo que com o C-130J teria que ter frotas dedicadas – ou seja, com aeronaves de transporte e REVO. Destes o Kawasaki C-2 parece ser o menos indicado, pois ainda não tem capacidade REVO e provavelmente não terá.
A sorte está lançada e, sem dúvida, um contrato de quase US$ 30 bilhões em jogo deve criar uma forte disputa entre os fabricantes. Os 12 C-130J-30 da RAAF são matriculados de A97-440 a A97-450 e A97-464 a A97-460 e todos são alocados no 37 Sqn sediado em Richmond YSRI.
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