Pyongyang lança mais mísseis e provoca Seul enviando uma dúzia de jatos para a fronteira. A Coreia do Norte enviou 12 aviões de combate para a região de fronteira com a Coreia do Sul na última quinta-feira (06). A ação provocativa de Pyongyang acionou a pronta resposta da Força Aérea Sul-Coreana (ROKAF), que enviou cerca de 30 caças para a região.
Oito caças e quatro bombardeiros da Força Aérea Popular da Coreia do Norte (PKAF) voaram em formação em uma provável missão de treinamento de ataque ao solo, disseram os militares sul-coreanos. O incidente incomum ocorreu horas depois que o Exército Norte-Coreano disparou mais dois mísseis balísticos no mar, na sexta rodada de testes em menos de duas semanas.
Não foi a primeira vez que aviões da PKAF voaram perto da fronteira, mas de acordo com a agência de notícias Yonhap, essa foi provavelmente a primeira vez que tantas aeronaves foram mobilizadas em um exercício provocativo.
As tensões aumentaram acentuadamente na península coreana, já que a recente onda de testes de mísseis da Coreia do Norte levou Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão a realizar exercícios conjuntos em resposta.
Os lançamentos dos mísseis de curto-alcance na quinta-feira (07), ocorreram depois que os Estados Unidos colocaram um porta-aviões na península coreana, em resposta aos lançamentos de um míssil com capacidade nuclear sobre o Japão, que noticiamos na semana passada.
Os dois mísseis lançados de uma região próximo de Pyongyang, e caíram após 22 minutos de voo entre a península coreana e o Japão, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em comunicado. O primeiro míssil voou 350 quilômetros e atingiu uma altitude máxima de 80 quilômetros e o segundo voou 800 quilômetros com um apogeu de 60 quilômetros.
O ministro da Defesa japonês, Yasukazu Hamada, disse que o segundo míssil foi possivelmente lançado com uma trajetória “irregular” . Este termo tem sido usado para descrever as características de voo da arma norte-coreana desenvolvida a partir do míssil russo Iskander, projetado para voar baixo em voo direcionado, o que aumenta sua precisão.
A Coreia do Norte realizou um número recorde de testes de mísseis este ano, aumentando ainda mais as tensões na região. Especialistas dizem que o líder norte-coreano, Kim Jong Un, está determinado a expandir seu arsenal nuclear, desafiando as sanções internacionais. O objetivo seria obter o reconhecimento da Coreia do Norte como uma nação com armas nucleares legítimas, forçando os EUA a retirar as sanções. Washington e seus aliados não sinalizam nesse sentido.
Os destróieres norte-americanos, sul-coreanos e japoneses iniciaram exercícios conjuntos na costa leste da península coreana para testar suas capacidades de rastrear e interceptar mísseis balísticos norte-coreanos, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
O destróier dos EUA faz parte do grupo de ataque liderado pelo porta-aviões USS Ronald Reagan, como parte de exercícios realizados entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos. A Coreia do Norte vê esses exercícios como um ato provocativo e um ensaio para uma possível invasão.
O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol e o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida concordaram que os testes de mísseis da Coreia do Norte são “uma séria provocação” que ameaça a paz internacional. Segundo o escritório de Yoon. Kishida, ambos reafirmaram a importância das capacidades de dissuasão da aliança com os EUA, bem como a cooperação de segurança entre os três países.
A Coreia do Norte disparou mais de 40 mísseis balísticos e de cruzeiro em mais de 20 lançamentos este ano, usando o impasse na diplomacia com os Estados Unidos e a guerra da Rússia contra a Ucrânia como uma janela para acelerar o desenvolvimento de armas.
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@FFO