Putin mobiliza os reservistas. O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na quarta-feira, dia 21/09, a mobilização parcial das reservas militares de seu país em um movimento que segue os ganhos ucranianos em uma contra-ofensiva no nordeste da Ucrânia. Putin disse em um discurso televisionado que a mobilização é necessária para proteger a pátria e a soberania da Rússia.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, informou que os militares convocarão 300.000 reservistas. Putin disse ainda que o Ocidente está tentando enfraquecer e destruir a Rússia, e que seu país “usará todos os meios à nossa disposição para proteger a Rússia e nosso povo. Isso não é um blefe. E aqueles que tentam nos chantagear com armas nucleares devem saber que o cata-vento pode virar e apontar para eles”.
Depois que Putin falou, o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse que está convocando uma reunião urgente dos ministros das Relações Exteriores do bloco na noite de quarta-feira em Nova York, após o que ele caracterizou como uma “grande escalada” do líder russo. “Com a ameaça de usar armas nucleares, ele está tentando intimidar a Ucrânia e todos os países que apoiam a Ucrânia”, disse Borrell.
Borrell disse que o bloco também considerará novas sanções à Rússia, especialmente se prosseguir com os referendos planejados em partes ocupadas da Ucrânia. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, twittou que Putin fez seu anúncio sobre a mobilização de tropas enquanto os países se reuniam para a Assembleia Geral da ONU para “trabalhar pela cooperação, segurança e prosperidade de um país agredido, a Ucrânia”, disse Michel. “O apoio da UE à Ucrânia permanecerá firme”.
Putin também reiterou que o objetivo da Rússia, em sua invasão da Ucrânia de mais de 180 dias, é “libertar” a região de Donbass, no leste da Ucrânia, dizendo que as pessoas de lá não querem fazer parte da Ucrânia. Os líderes separatistas das partes controladas por Moscou das regiões de Luhansk e Donetsk, no Donbas, disseram na terça-feira que planejam realizar votações a partir de sexta-feira (23/09) para que os territórios se declarem como parte da Rússia.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy rejeitou o que chamou as “tentativas da Rússia de organizar novos referendos de falsas. A situação na linha de frente indica claramente que a iniciativa pertence à Ucrânia”, disse Zelenskyy em seu discurso noturno na terça-feira.
A votação do referendo na região, povoada por muitas pessoas de língua russa, provavelmente seria a favor de Moscou. Mas qualquer declaração de que o território é parte da Rússia não seria reconhecida nem pela Ucrânia nem pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais, que forneceram bilhões de dólares em armamentos ao governo de Kyiv para impedir a invasão de sete meses de Moscou.
Na terça-feira, a Casa Branca rejeitou imediatamente os planos da Rússia para os referendos, dizendo que eles podem ser um esforço de Moscou para recrutar tropas na região após suas recentes derrotas na frente de batalha. A guerra na Ucrânia inciou no dia 24 de fevereiro deste ano, com a invasão russa.
@CAS
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