Presidente Xi Jinping: “China nunca renunciará ao direito de usar a força sobre Taiwan”. A declaração ocorreu durante a a abertura do 20º congresso do Partido Comunista chinês, o maior evento político do país. Pequim vê a Ilha de Taiwan como seu próprio território, apesar de Taipei acreditar que a soberania deve ser reivindicada por seu povo.
O presidente Xi disse que a China sempre respeitou, cuidou e beneficiou o povo de Taiwan, e acrescentou que está comprometido em promover intercâmbios econômicos e culturais em todo o Estreito de Taiwan. “Resolver a questão de Taiwan é assunto do povo chinês, e cabe ao ele decidir”, disse Xi.
“Insistimos pela perspectiva de uma reunificação pacífica com a maior sinceridade e os melhores esforços, mas nunca prometeremos desistir do uso da força e reservamos a opção de tomar todas as medidas necessárias”. Sob uma longa salva de palmas, ele concluiu: “As rodas históricas da reunificação nacional estão avançando, e a reunificação completa da pátria deve ser alcançada”.
Pequim ofereceu a Taiwan um modelo de autonomia similar ao que usa para Hong Kong, porém todos os principais partidos políticos taiwaneses rejeitaram essa proposta.
Durante seu discurso, o presidente Xi foi enfático na questão da segurança nacional, e explicou que a China irá acelerar o ritmo para a formação de um exército de nível mundial e fortalecerá sua capacidade de construir uma dissuasão estratégica.
Desde agosto as tensões entre Pequim e Taipei aumentaram, depois da visita à ilha da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi. Sua viagem enfureceu o governo chinês, que vê as visitas de autoridades estrangeiras a Taiwan como um reconhecimento de sua soberania. Em resposta, imediatamente a China organizou grandes exercícios militares ao redor de Taiwan. Essas atividades militares ainda continuam, mas em ritmo reduzido.
Em retaliação aos comentários de Xi, o gabinete presidencial de Taiwan disse que não recuaria em sua soberania ou comprometeria a liberdade e a democracia da Ilha. Manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e na região é responsabilidade comum de ambos os lados, e o encontro no campo de batalha não é uma opção, disse o gabinete presidencial de Taiwan. Também reiterou sua posição contínua de que o povo da ilha se opõe claramente à ideia de Pequim de gerenciamento de “um país, dois sistemas”.
Ao final do congresso de uma semana do Partido Comunista, espera-se que Xi, de 69 anos, conquiste um terceiro mandato de liderança, consolidando seu lugar como o governante mais poderoso do país desde Mao Zedong. O evento contará com a presença de cerca de 2.300 delegados do Partido Comunista Chinês (PCC), incluindo líderes políticos de todos os escalões, bem como delegados do setor privado, médicos, agricultores, “trabalhadores modelo” e até mesmo a primeira mulher astronauta da China.
Fonte: Sky News
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