• Quem Somos
  • Loja Action
    • Revista Força Aérea
    • Livros
  • Contato
  • Entrar
0

Presença de avião egípcio no Paquistão gera especulação nuclear

14 de maio de 2025
Presença de avião egípcio no Paquistão gera tensão. O EGY916 foi feito pelo Il-76MF EAF 1331.Via X.
Presença de avião egípcio no Paquistão gera especulação nuclear. O EGY916 foi feito pelo Il-76MF EAF 1331.Via X.

Presença de avião egípcio no Paquistão gera especulação nuclear. Um Il-76MF da Força Aérea Egípcia, partindo da China e fazendo uma escala no Paquistão, gerou especulações generalizadas, desde a possível transferência de sistemas de defesa aérea chineses para o Egito, e até mesmo, de segurança nucelar no Paquistão.

O voo, ocorrido no dia 11/05, logo após o acordo de cessar-fogo entre Índia e Paquistão, chamou a atenção devido à ausência de declarações oficiais do Cairo ou de Pequim sobre a carga transportada. Vale lembrar que Índia e Paquistão iniciaram um conflito aberto, fruto de um atentado contra turistas indianos na Caxemira em 22 de abril. Entre 7 de 10 de maio, ataques feitos por ambos os lados, geraram muita tensão na região. Com a mediação dos EUA, foi feito um frágil acordo de cessar-fogo.

Uma das especulações é que o Il-76 estivesse trazendo areia e boro, para conter os estragos causados por um ataque a Base Aérea de Mushaf em Sargodha, supostamente ligada ao armazenamento nuclear subterrâneo sob as Colinas Kirana onde fica a usina de Kirana Hills.

A mídia indiana disse, sem comprovar, que a Índia lançou a “Operação Sindoor” como retaliação pelos ataques terroristas de Pahalgam. Durante a Operação Sindoor, a Força Aérea Indiana (IAF) conduziu ataques aéreos de precisão contra nove bases aéreas paquistanesas (inicialmente foram divulgadas três), incluindo Base Aérea de Mushaf. Os ataques, supostamente envolvendo mísseis BrahMos, causaram danos significativos à infraestrutura militar do Paquistão, com alegações de que 20% da infraestrutura
de apoio da Força Aérea Paquistanesa foi destruída.

Kirana Hills está ligada às ambições nucleares do Paquistão desde a década de 1980, período em que o país desenvolvia ativamente suas capacidades nucleares em resposta à dinâmica de segurança regional, particularmente aos avanços nucleares da Índia. Entre 1983 e 1990, o Paquistão realizou uma série de “testes a frio” ou testes nucleares subcríticos em Kirana Hills. Esses testes, que simulam explosões nucleares sem desencadear uma reação de fissão, foram cruciais para o Paquistão refinar seus projetos de ogivas nucleares. Especula-se que esta estrutura foi danificada e a China teria enviado, disfarçada de carga no Il-76 do Egito, areia e boro.

Este material é usado para absorver nêutrons ou para retardar reações em cadeia, crucial para lidar com o incêndio e a liberação de material radioativo. Em Chernobyl, areia e boro foram utilizados para conter o acidente nuclear, visando extinguir o fogo e reduzir a dispersão de material radioativo. A areia ajudava a sufocar o fogo, enquanto o boro, um material que absorve nêutrons, era lançado para diminuir a atividade radioativa. 

É evidente os laços militares entre o Egito e a China, evidenciado por recentes exercícios conjuntos como o “Águias da Civilização 2025“. Algo meio estranho, pois o exercício multinacional foi feito no Egito. Somente se os egípcios estivessem dando apoio logístico aos chineses.

O exercício aéreo conjunto “Águias da Civilização 2025”, entre 19 de abril e 4 de maio, foi realizado na Base Aérea de Wadi Abu Rish, no Egito. Os exercícios envolvem aeronaves egípcios MiG-29M/M2 e os J-10C da China, apoiados por aviões-tanque YU-20 e aeronaves de alerta e controle aéreo antecipado KJ-500. De acordo com um comunicado das Forças Armadas do Egito, o exercício visa aprimorar a interoperabilidade e compartilhar expertise tática entre as duas forças aéreas.

O Iliushin Il-76MF da Egyptian Air Force (ex Royal Jordanian Air Force), matrícula SU-BTX (EAF 1331) fez um voo no dia 11 de maio de um local não conhecido na China para o Aeroporto de Bhurban, no distrito de Murree, no Paquistão com código rádio EGY1916. Isto gerou uma onda de especulações sobre sua finalidade em meio às tensões entre a Índia e o Paquistão.

Voo de ida do Il-76MF da EAF. FR24.
Voo de ida do Il-76MF da EAF. FR24.
Voo desta região da China para o Cairo, com escala em Bhurban. FR24.
Voo desta região da China para o Cairo, com escala em Bhurban. FR24.

Porém, o curioso é que a mesma aeronave fez uma rota similar, dia 7 de maio, só que saindo de Dubai para Bhurban, e após para a China, onde permaneceu até do dia 11 de maio, quando regressou. O que ele fez? Levou o material da operação com a China e trouxe uma carga para conter o vazamento em Kirana Hills. Não se sabe. O voo de decolou às 5h41 UTC da China e o pousou no Paquistão às 11h31 UTC. Ele teve uma escala rápida e logo seguiu para o Cairo, decolando as 13h08 UTC, pouco mais de 1h e meia de solo.

Voo do EGY1916 pousando no Paquistão. FR24.
Voo do EGY1916 pousando no Paquistão. FR24.
Voo do EGY1916 decolando no Paquistão para o Egito. FR24.
Voo do EGY1916 decolando no Paquistão para o Egito. FR24.

Sem confirmação, a aeronave pode transportar qualquer coisa, desde suprimentos logísticos até pessoal ou equipamentos não relacionados a sistemas de defesa aérea. E nunca na história, um conflito teve tanta informação e contra informação, com obras de ficção feitas pela imprensa e redes sociais.

A rota e o horário incomuns alimentaram discussões sobre a crescente dependência do Egito da tecnologia militar chinesa e o papel crescente da China no cenário de defesa do Oriente Médio. O Il-76MF, uma aeronave de transporte pesado de projeto soviético, é capaz de transportar até 60 toneladas de carga em um alcance de aproximadamente 4.000 quilômetros. É bastante espaço e tonelagem para serrem levadas de uma só vez.

A especulação em torno do voo vem de uma única postagem no X, onde um observador notou a partida do Il-76MF da China e sua escala no Paquistão, sugerindo que ele pode estar transportando sistemas de defesa aérea para aquele país. Nenhuma fonte oficial corroborou essa alegação, e nem o governo egípcio e paquistanês, muito menos o chinês, emitiram declarações esclarecendo o propósito do voo.

O Paquistão e o Egito operam sistemas construídos pela China, como o HQ-16, e o primeiro colaborou com Pequim em projetos de defesa conjuntos, levantando questões sobre se a parada foi puramente logística ou parte de um esforço de coordenação regional mais amplo.

O voo do Il-76MF pode estar relacionado ao exercício Egito-China, potencialmente transportando pessoal, peças de reposição ou equipamentos de apoio para o contingente chinês. Alternativamente, pode fazer parte de uma operação logística separada, como a entrega de kits de manutenção para os sistemas HQ-9B existentes no Paquistão e no Egito. E numa outra hipótese, material para contenção radioativa em Kirana Hills.

A escala no Paquistão complica o cenário, pois sugere que o voo pode ter exigido escala para reabastecimento ou foi coordenado com as autoridades paquistanesas por motivos ainda não divulgados. Os próprios laços militares do Paquistão com a China, incluindo a operação do caça JF-17 Thunder, apontam para uma rede mais ampla de cooperação em defesa que poderia envolver o Egito.

Vale lembrar que China e Índia já vem há anos em litígio por questões fronteiriças, inclusive com conflitos pontuais, alguns deles ma Caxemira, hoje dividida pelos três países. Todas as hipóteses podem ser possíveis. O tempo nos dirá.

O Il-76MF da EAF que esteve envolto no voo, vitos no Cairo, Egito em 2024. Como todas as aeronaves de trenaporte militar do Egito, eles tem duas matrículas. Um civil SU-BTX e outra militar: EAF 1331. Foto: Arteimagens.com.
O Il-76MF da EAF que esteve envolto no voo, vitos no Cairo, Egito em 2024. Como todas as aeronaves de trenaporte militar do Egito, eles tem duas matrículas. Um civil SU-BTX e outra militar: EAF 1331. Foto: Arteimagens.com.

Siga-nos no X, Facebook, Youtube e Linkedin

Assine nossa Newsletter

Entre no nosso grupo de WhatsApp

@CAS

Compartilhe isso:

  • Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)

Relacionado

Entre em contato!
Action Editora Ltda.
Editorial: editorial@actioneditora.com.br
Apoio ao Cliente: rfadigital@actioneditora.com.br
© Força Aérea 2020-2025. Todos os direitos reservados.
Siga a Revista Força Aérea nas Redes Sociais:
  • Sign in

Forgot your password?

Perdeu a sua senha? Por favor, entre com o seu nome de usuário. Você irá receber um email com um link para salvar uma nova senha.

Fazer login