Presa cúpula da ucraniana Motor Sich sob acusação de fornecer peças de helicópteros para a Rússia. O presidente do gigante industrial ucraniana Motor Sich, Vyacheslav Bohuslayev, foi detido por agentes do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), em Zaporijjia, por suspeitas de colaboração com a Rússia. O anúncio foi feito no último domingo, 23 de outubro.
“Agentes da SBU detiveram o presidente a Motor Sich e o chefe do departamento de atividade econômica externa da empresa. Foram notificados das acusações ao abrigo de dois artigos do Código Penal da Ucrânia, o 111-1 (colaboração) e o 111-2 (cumplicidade com o Estado agressor)”, informou o Serviço de Segurança em comunicado citado pela agência Ukrinform.
As detenções ocorreram no âmbito de um processo criminal por fornecimento ilegal de material militar para a aviação de ataque russa por parte da Motor Sich. Segundo a investigação, a administração da fábrica, localizada em Zaporijjia, estava envolvida na operação.
“Os criminosos estabeleceram canais para o fornecimento ilegal de lotes de motores de aviões ucranianos ao Estado agressor”, adianta o comunicado. Segundo a SBU, a Rússia utilizou o material recebido para a produção e a manutenção dos seus helicópteros de ataque Mi-8AMTSh-VN “Sapsan”, KA-52 “Alligator” e Mi-28N “Night Hunter”.
A investigação conclui que a Rússia usou massivamente estes modelos em operações de invasão ao território ucraniano, tendo vários deles derrubados pelas forças armadas da Ucrânia.
“Para contornar as sanções impostas ao comércio com a Rússia, os envolvidos usaram estruturas comerciais controladas em três países do Médio Oriente, Europa e leste da Ásia”, assinala o comunicado, indicando que “foram estas empresas que enviaram as ‘encomendas’ ao fabricante ucraniano, supostamente para responder às necessidades de uma parte estrangeira”. Porém, depois de receberem o material militar, os ‘intermediários’ enviaram-no para a Rússia, adiantou o SBU.
A Motor Sich, uma das maiores fabricantes aeronáuticas do mundo, foi criada em 1907, em Zaporijjia, no sul da Ucrânia.
Fonte: O Público
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@FFO