Portugal vai repassar para Ucrânia seus helicópteros Kamov KA-32. O governo português vai doar à Ucrânia seus seis helicópteros de origem russa Kamov KA-32A11BC, atualmente fora de serviço. O anúncio foi feito ontem (13), pela ministra da Defesa, Helena Carreiras, em uma entrevista coletiva na sede da OTAN, em Bruxelas, na Bélgica.
“Atendendo um pedido de Kiev, e em articulação com o Ministério da Administração Interna, vamos disponibilizar à Ucrânia a nossa frota de helicópteros Kamov KA-32 que, em virtude do cenário atual e das sanções impostas à Rússia, perderam os seus certificados de aeronavegabilidade e estão fora de serviço, sem a possibilidade de reparos”, anunciou Helena Carreiras.
Falando à imprensa portuguesa no final da reunião dos ministros da Defesa da OTAN, em Bruxelas, na qual foi discutida a guerra na Ucrânia, Carreiras apontou que foi discutido a situação dos seis helicópteros que precisam de manutenção, especialmente um deles que sofreu um incidente em 2012.
Em 2007 o governo português adquiriu para a estatal EMA – Empresa de Meios Aéreos, seis helicópteros KA-32A11BC destinados para serviços especializados de combate à incêndios florestais e transporte pesado com cargas externas. Desde 2018 a frota sofre com pendências de manutenção, fato que se agravou com a pandemia do Covid-19 e, mais recentemente, se tornou aguda com as sanções de materiais oriundos da Rússia após a invasão da Ucrânia.
A ministra portuguesa salientou que os helicópteros Kamov serão transferidos no estado em que se encontram à Ucrânia, que necessita muito das aeronaves. A ideia é que a transferência ocorra o mais rapidamente possível.
“Os ucranianos estão cientes e conhecem as atuais condições das aeronaves portuguesas. Sua experiência e cadeia logística existente na Ucrânia para esses modelos de helicópteros tornarão fáceis os reparos”, salientou Helena, dizendo que o governo ucraniano agradeceu a doação dos prtugueses.
No encontro dos ministros da defesa da OTAN, os Aliados acordaram em manter o apoio militar à Ucrânia. “Os países demonstraram, de forma absolutamente clara, a sua intenção de continuar a apoiar a Ucrânia e, portanto, há aqui uma grande sintonia de posições entre os Aliados”, observou a ministra portuguesa da tutela.
Portugal já mobilizou para a Ucrânia equipamentos individuais, armas, munições, veículos blindados, sistema de comunicações e drones, material sanitário e médico, tendo ainda manifestado disponibilidade para acolher refugiados e combatentes feridos, bem como de treinar soldados ucranianos.
A reunião de dois dias aconteceu em meio à escalada das tensões na Ucrânia, com novas ameaças e anúncios russos. Foi salientada a importância de reposição dos estoques de munições e equipamentos que estão reduzidos em todos os países.
“Conversamos sobre iniciativas de aquisição conjunta que visam repor os níveis de munições das nossas reservas, com vista a enfrentar a situação real de guerra que estamos vivemos, que obriga a todos reforçar suas capacidades de defesa”, referiu ainda Helena Carreiras.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou a fuga de milhões de pessoas e a morte de milhares de civis. Segundo as Nações Unidas, esta crise de refugiados é classificada como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
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