

Portugal confirma o interesse no F-35A para substituir os F-16AM/BM. Em meio a disputa comercial imposta pelos EUA, que poderia afetar as vendas do F-35, a Força Aérea Portuguesa ratificou, no dia 23/04, que o F-35A é o único caça de 5ª geração capaz de substituir o F-16.
A Força Aérea Portuguesa reafirmou a sua intenção de adquirir o caça F-35 Lightning II, como sucessor de seus veteranos de F-16 Fighting Falcons. O anúncio, feito pelo General João Cartaxo Alves, Chefe do Estado-Maior-General da Força Aérea (CEMFA), durante a Conferência de Defesa Nacional Portuguesa, a 22 de abril de 2025.
Esta confirmação, tornada pública pela Força Aérea Portuguesa em 23 de abril de 2025, sublinha a crescente necessidade de Portugal por poder aéreo de 5ª geração para enfrentar os desafios estratégicos impostos pela sua localização geográfica e pelos compromissos internacionais. O General Alves enfatizou:
“É imperativo que a próxima aeronave de defesa aérea seja de quinta geração”, observando que “das aeronaves disponíveis, somente uma atende atualmente a esse requisito, o F-35 dos EUA”.
A posição de Portugal na intersecção entre a Europa, a África e o Atlântico confere-lhe um papel vital no eixo de defesa sul da OTAN. A região do Atlântico é cada vez mais vista como uma fronteira estratégica, vulnerável as novas e diversas ameaças, incluindo guerra cibernética, ataques com mísseis de longo alcance e incursões navais assimétricas.
Portugal não havia recebeu ainda uma oferta oficial do F-35, mas já havia manifestado publicamente seu interesse. Com a chegada da Administração Trump ao poder e a s mudanças tarifárias, várias interlocutores europeus de diversos governos começaram a questionar a viabilidade de compra ou continuidade de compra do F-35, alegando que as tarifas não só prejudicariam a economia, bem como o caça americano poderia sofrer embargos logísticos. Alemanha, Portugal, Bélgica e Canadá se manifestaram preocupadas.
Porém, parece que gradualmente isto está mudando. Bélgica confirmou neste mês que irá operar o F-35 e agora Portugal reitera sua preferência pelo caça da Lockheed Martin.
Portugal opera atualmente 28 aeronaves F-16–24 F-16AM e 4 F-16BM — modernizadas no âmbito do programa Mid-Life Update (MLU). Esses jatos, alocados aos Esquadrões 201º “Falcões” e 301º “Jaguares” na Base Aérea de Monte Real, têm servido bem o país desde sua aquisição através dos programas Peace Atlantis I e II na década de 1990.

A transição para o F-35 faz parte da iniciativa mais ampla de modernização “Força Aérea 5.3” de Portugal, revelada em novembro de 2023. Essa transformação visa criar uma força multidomínio tecnologicamente avançada, capaz de enfrentar as ameaças do século XXI, integrando plataformas tripuladas e não tripuladas, aeronaves de ataque leve e sistemas robustos de comando e controle.
Apesar do forte apoio do General Alves, nenhum contrato formal de aquisição foi assinado até o momento. Os planos iniciais previam a aquisição de 27 caças F-35 a um custo estimado de € 5,5 bilhões, valor que inclui treinamento, infraestrutura de apoio e logística.
No início de 2025, o Ministro da Defesa, Nuno Melo, sugeriu que o governo também estava avaliando alternativas europeias — como Gripen E e Eurofighter, motivado por preocupações com a volatilidade da política externa dos EUA e pelo desejo de apoiar as capacidades industriais de defesa europeias.
No entanto, as declarações do General Alves na Conferência de Defesa Nacional sugerem uma reafirmação da incomparável adequação do F-35 às necessidades de defesa de Portugal. Os próximos meses serão provavelmente cruciais para finalizar os termos com os Estados Unidos, possivelmente através do programa Vendas Militares Estrangeiras (FMS), e garantir a aprovação parlamentar para o financiamento.
À medida que o processo de aquisição avança, a decisão provavelmente terá impactos de longo alcance — não somente na defesa nacional portuguesa, mas também na coesão operacional e na capacidade de dissuasão do flanco sul da OTAN. O F-35 está prestes a se tornar a pedra angular do poder aéreo português nas próximas décadas.
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