Porta-aviões da China realiza exercícios no Pacífico em aviso ao Japão. O porta-aviões Liaoning (16), da Marinha do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLAAN), escoltado por um grande número de embarcações militares, teria realizado manobras pelo Estreito de Miyako e Pacífico Ocidental. O exercício ocorreu na sexta-feira (16/12), mesmo dia em que o Japão anunciou seus planos para adquirir mísseis intercontinentais Tomahawk, abandonando seu princípio de auto-defesa iniciado no pós-Guerra.
Especialistas militares ouvidos pelo Global Times disseram que é esperado que o poderoso grupo de combate da PLAAN, liderado pelo porta-aviões Liaoning, realize uma série de exercícios além da primeira cadeia de ilhas, aprimorando suas capacidades de salvaguardar a soberania da China, sua integridade territorial e seus interesses.
O Estado-Maior Conjunto do Ministério da Defesa do Japão emitiu um comunicado no dia 16 de dezembro, informando que a Força Marítima de Autodefesa Nacional avistou uma flotilha da Marinha Chinesa navegando à leste Mar da China através do Estreito de Miyako no Pacífico Ocidental. Foi possível identificar o porta-aviões “Liaoning”, os destróieres Tipo 055 “Anshan” e “Wuxi”, o destróier Tipo 052D “Chengdu”, a fragata Tipo 054A “Zaozhuang” e o navio de reabastecimento Tipo 901 “Hulunhu”.
Antes disso, de segunda a quinta-feira (15/12), o Japão também informou que o contratorpedeiro Tipo 055 “Lhasa” , o contratorpedeiro Tipo 052D “Kaifeng” e o navio de reabastecimento Tipo 903A “Taihu” navegaram pelo Mar da China Oriental através do Estreito de Osumi para o Pacífico Ocidental, e que um navio de reconhecimento eletrônico da PLAAN com número de casco “796”, além do contratorpedeiro da classe Sovremenny “Taizhou” foram avistados navegando do Mar da China Oriental através do Estreito de Miyako para o oeste.
Não há confirmação oficial se todos os navios mencionados acima são realmente partes do grupo de de combate do porta-aviões, mas o grande número de Destróieres Tipo 055 pode significar que esta é a configuração mais poderosa liderada pelo Liaoning (16), disseram observadores.
“O grupo liderado pelo Liaoning aparentemente está em um exercício de treinamento de rotina, no qual as embarcações e as Alas de caças embarcadas praticarão manobras coordenadas e operações conjuntas. Também é possível que o grupo esteja acompanhado de submarinos movidos a energia nuclear.”, disse Song Zhongping, especialista militar chinês e comentarista de TV, ao Global Times.
Em maio deste ano, o Liaoning realizou um exercício em alto-mar no Pacífico Ocidental, a leste da ilha de Taiwan e ao sul do Japão. Foram mais de 300 surtidas de aeronaves em cerca de 20 dias de treinamento, uma missão marcou o exercício mais longo e intenso do porta-aviões chinês na região.
No dia em que o grupo de porta-aviões Liaoning navegou pelo Estreito de Miyako, o Japão adotou uma estratégia de segurança nacional declarando planos de possuir capacidade de ataque preventivo com mísseis de cruzeiro. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o Japão mantém uma posição de auto-defesa do seu território, mas diante das “ameaças de Pequim”, está mudando seus princípios e adotando uma postura de maior prontidão e combate.
“Enfrentando as tentativas contínuas do Japão de revisar suas estratégias de defesa e expandir suas forças armadas, o PLA precisa melhorar sua prontidão de combate para lidar com possíveis emergências. Nossos exercícios não visam terceiros, mas se alguém representa uma ameaça à China, mas esses exercício servem como aviso a quem interessar. O PLA protegerá resolutamente a soberania e a integridade territorial da China e impedirá que outros países interfiram na questão de Taiwan”, disse Song.
Fonte: Global Times
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