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Políticos dos EUA levantam sérias questões sobre a USAF operar um Air Force One “presenteado” pelo Catar

13 de maio de 2025
Políticos dos EUA levantam sérias questões sobre a USAF operar um Air Force One "presenteado" pelo Catar (Foto: redes sociais).
Políticos dos EUA levantam sérias questões sobre a USAF operar um Air Force One “presenteado” pelo Catar (Foto: redes sociais).

Políticos dos EUA levantam sérias questões sobre a USAF operar um Air Force One “presenteado” pelo Catar. O plano do presidente Donald Trump de transformar temporariamente um Boeing 747-8i originalmente de propriedade da família real do Catar em um novo avião Air Force One da USAF está sendo criticado pelos democratas no Congresso dos EUA. Eles afirmam que isto seria um sério conflito de interesses e rum isco à segurança nacional, e prometem tomar medidas contra esse negócio.

No último final de semana, a mídia noticiou que Trump estaria próximo de aceitar um 747 como “presente” do governo do Catar para transformá-lo interinamente como uma aeronave de transporte presidencial. Fontes do The New York Times dizem que isso permitiria que o governo transferisse a propriedade da aeronave para a biblioteca presidencial de Trump após sua saída do cargo, a qual seria utilizada para transporte pessoal.

O acordo permitira que o governo transferisse o 747-8i para a biblioteca presidencial de Trump após sua saída do governo (Foto: Casa Branca).
O acordo permitira que o governo transferisse o 747-8i para a biblioteca presidencial de Trump após sua saída do governo (Foto: Casa Branca).

Embora o governo do Catar tenha dito que nenhuma decisão final foi tomada, Trump pareceu acenar positivamente em uma postagem no Truth Social, afirmando que “o Departamento de Defesa está recebendo um PRESENTE, GRATUITO, de uma aeronave 747 para substituir o Air Force One de 40 anos”. A ABC News noticiou que o presidente deve anunciar formalmente o presente durante sua viagem ao Catar esta semana.

O senador demecrata Jack Reed, do Comitê de Serviços Armados do Senado, disse que Trump aceitar um 747 do Catar sem o consentimento do Congresso seria uma clara violação da Cláusula de Emolumentos, uma disposição da Constituição dos EUA que proíbe autoridades federais de aceitar presentes ou benefícios financeiros de qualquer estado estrangeiro sem a aprovação do Congresso.


Postagem de Trump na sua rede social Truth.
Postagem de Trump na sua rede social Truth.

“Ainda mais alarmante é a sugestão de que esta aeronave poderia ser usada como air Force One, o que representaria imensos riscos de contrainteligência ao conceder a uma nação estrangeira acesso potencial a sistemas e comunicações sensíveis”, afirmou Reed.

O deputado Joe Courtney, principal democrata no subcomitê de forças de projeção e poder marítimo das Forças Armadas da Câmara, que supervisiona o programa Air Force One, disse que o plano seria “completamente desnecessário”, dada a declaração de um alto funcionário de aquisição da USAF na semana passada de que o programa VC-25B está a caminho da entrega em 2027.

“É importante lembrar que o Air Force One não é apenas um jato de luxo banhado a ouro”, disse Courtney. “Ele exige recursos de segurança e comunicação abrangentes e avançados. Se o presidente Trump optar por esse caminho, isso representará custos e atrasos significativos e desnecessários para a modernização do avião catariano, além de desviar a atenção dos esforços da USAF para acelerar a entrega da nova frota de Air Force One.”

O senador Mark Kelly, ex-piloto da Marinha e o democrata mais graduado no subcomitê de ar e terra do SASC, disse que isso levanta sérias preocupações de contrainteligência. “Cada centímetro deste avião precisaria ser protegido e modernizado para atender aos padrões que protegem as conversas do Presidente e nossa segurança nacional. Estamos falando de sensores sofisticados, comunicações criptografadas, sistemas de defesa antimísseis e eletrônicos seguros que precisam ser reforçados contra ameaças cibernéticas e outras”, disse.

Os dois Boeing 747-200 (VC-25) utilizados como Air Force One estão chegando ao final da sua vida operacional e precisam ser substituídos (Foto: USAF).
Os dois Boeing 747-200 (VC-25) utilizados como Air Force One estão chegando ao final da sua vida operacional e precisam ser substituídos (Foto: USAF).

Vários senadores democratas indicaram que poderiam usar medidas legislativas para tentar impedir a concretização do acordo. Os senadores Brian Schatz, Chris Coons, Cory Booker, de Nova Jersey e Chris Murphy, todos membros do Comitê de Relações Exteriores do Senado, declararam que pedirão ao Senado que reitere um princípio básico de que nenhum funcionário público usa seu cargo para ganho pessoal.

“Qualquer presidente que aceite esse tipo de presente, avaliado em US$ 400 milhões, de um governo estrangeiro cria um claro conflito de interesses, levanta sérias questões de segurança nacional, convida à influência estrangeira e mina a confiança pública em nosso governo”, disseram os senadores em uma declaração conjunta.

Em postagens no X, Murphy disse que tentaria bloquear as vendas de armas para qualquer nação que buscasse enriquecer os empreendimentos pessoais de Trump, citando especificamente a doação do 747 do Catar e o investimento dos Emirados Árabes Unidos em uma criptomoeda de Trump. “Normalmente, as vendas de armas acontecem sem votação. Mas qualquer senador pode se opor e forçar um debate completo e votação no Senado. Farei isso para qualquer acordo militar com uma nação que esteja subornando Trump pessoalmente”, escreveu ele

A USAF receberá dois novos Boeing 747-8i (futuros VC-25B) que estão sendo convertidos pela Boeing (Foto: USAF).
A USAF receberá dois novos Boeing 747-8i (futuros VC-25B) que estão sendo convertidos pela Boeing (Foto: USAF).

Enquanto isso, o deputado Ritchie Torres enviou uma carta no domingo ao inspetor-geral do Departamento de Defesa, ao Government Accountability Office e ao Escritório de Ética Governamental dos EUA solicitando que as organizações conduzam investigações sobre a transferência.

Questionado sobre a preocupação de que o jato seja um presente pessoal, Trump insistiu que não era um presente para ele, mas para o Departamento de Defesa, e disse: “Eles estão nos dando um jato de graça. Eu poderia dizer não, não, não, não nos deem — quero pagar US$ 1 bilhão ou US$ 400 milhões ou o que for — ou poderia dizer: ‘Muito obrigado’, sabe?”

Perguntas sobre o plano do Catar surgem em meio a uma iniciativa maior do governo Trump para receber o primeiro de dois novos aviões de transporte presidencial da Boeing antes de 2029 — um esforço que envolveu o empresário Elon Musk trabalhando com a gigante aeroespacial para encontrar soluções de economia de custos e cronograma.

Atrasos no projeto de conversão dos VC-25B são a causa de Trump querer um novo avião ainda no seu mandado (Foto: USAF).
Atrasos no projeto de conversão dos VC-25B são a causa de Trump querer um novo avião ainda no seu mandado (Foto: USAF).

Durante um painel da Câmara na semana passada, Darlene Costello, chefe de aquisições da USAF, afirmou que a Boeing acredita que o primeiro VC-25B poderia ser entregue já em 2027 se os atuais requisitos técnicos fossem ainda mais relaxados.

Desde que recebeu um contrato de preço fixo de US$ 3,9 bilhões para entregar dois novos VC-25B, a Boeing acumulou bilhões em prejuízos no programa — que ela é obrigada a pagar do próprio bolso — enquanto enfrenta vários obstáculos técnicos envolvidos na realização de extensas modificações estruturais e atualizações de sistemas de missão necessárias para transformar um 747 civil em uma aeronave militar presidencial.

A CNBC informou no início deste mês que a L3Harris estava trabalhando com o governo dos EUA para modificar o jato do Catar, mas ainda não está claro o quanto isso precisaria ser alterado.

O primeiro VC-25B estaria disponível apenas em 2029 (Foto: USAF).
O primeiro VC-25B estaria disponível apenas em 2029 (Foto: USAF).

Um alto funcionário americano disse ao New York Times que a expectativa é que o jato modificado poderia ser entregue até o final deste ano — um cronograma que provavelmente exclui modificações estruturais substanciais na aeronave. Outros fatores limitantes incluem o tempo necessário para firmar o contrato com a L3Harris e um caminho incerto para a transferência de financiamento para o novo projeto de desenvolvimento. A L3Harris não quis comentar para esta reportagem.

Tais preocupações técnicas foram levantadas pela senadora de Michigan Elissa Slotkin, ex-funcionária da CIA que serviu ao lado das tropas americanas no Iraque. Em uma publicação no X, ela disse que a aeronave do Catar seria “incrivelmente vulnerável” a dispositivos de rastreamento e equipamentos de espionagem. “Lembram dos pagers explosivos?”, perguntou ela, referindo-se a uma suposta operação de sabotagem israelense contra o Hezbollah no Líbano. “Ter acesso a um ativo tão sensível durante a produção pode ter consequências reais.”

Fonte: Breaking Defense

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