Piloto neozelandês mantido refém há mais de um mês em Papua Ocidental. Guerrilheiros separatistas de Papua Ocidental, usam o piloto neozelandês como meio de chamar a atenção do mundo e das Nações Unidas para a questão da independência da Indonésia.
O piloto neozelandês Philip Mehrtens, está sendo mantido como refém desde o dia 07 de fevereiro, após pousar sua aeronave em uma ilha de Papua Ocidental. O local é dominado por rebeldes separatistas do Exército de Libertação Nacional da Papua Ocidental (TPNPB), que exigem a independência da Indonésia.
Recentemente o piloto gravou uma mensagem destinadas às Nações Unidas. Ao lado de guerrilheiros fortemente armados, Philip leu um recado sobre a proibição de voos estrangeiros no espaço aéreo da região, até que a ilha no Pacífico consiga sua independência. O piloto aproveitou para tranquilizar sua família, afirmando que está sendo bem tratado.
“Fui instruído a ler esta declaração: nenhum piloto estrangeiro tem permissão para trabalhar e voar em Papua, até que o país seja independente. Eles solicitam que as Nações Unidas façam a mediação entre a Papua e a Indonésia para conseguir a sua independência”, disse o bilhete lido por Phillip.
Para sua família o piloto disse: “Tentem não se preocupar comigo, pois estou sendo muito bem tratado, dada a situação. Eles sempre me fornecem comida e água suficiente, além de roupas quentes e medicamentos necessários devido à minha falta de condicionamento pelas longas caminhadas que fazemos. Amo muito vocês, por favor, sejam fortes. Espero que possamos estar todos juntos muito breve.”
O piloto da Nova Zelândia, voa aeronaves Pilatus PC-6 Turbo Porter para a Susi Air, uma empresa regional da Indonésia. No dia 07 de fevereiro, ele transportava cinco passageiros em um dos Turbo Porter da empresa, matrícula PK-PVB, e imediatamente após pousar na pista de grama da Ilha de Nduga, o avião foi tomado pelos rebeldes. A carga foi saqueada, o PC-6 foi destruído com fogo e todos os passageiros, incluindo um bebê, foram libertados. Os guerrilheiros ficaram com o piloto como “moeda de troca”.
Segundo o jornal The Australian, a intenção do grupo é pressionar os governos da Austrália, da Nova Zelândia e outras nações que apoiam a Indonésia, e não aceitam a independência da ilha, que foi anexada em 1969 e desde então vive em conflitos.
O primeiro-ministro da Nova Zelândia, Chris Hipkins, recebeu detalhes preliminares do caso e disse à Radio New Zealand que a embaixada do país na Indonésia está acompanhando a situação. “Tenho conhecimento do caso. Não tenho detalhes completos. Estou ciente de que a embaixada da Nova Zelândia está trabalhando no caso“, disse Hipkins.
Os separatistas do TPNPB lutam para conseguir a independência da Papua Ocidental, já que a presença de militares indonésios na região desagradam à população local, que protesta intensamente a favor da separação.
Autoridades da Jacarta afirmam que essa intervenção é particularmente difícil, porque os suspeitos se misturam com os moradores locais. De qualquer forma, eles continuarão tentando medidas para combatê-los.
Segundo o New Zealand Herald, o Ministério das Relações Exteriores e Comércio da Nova Zelândia está prestando apoio consular à família do piloto, mas evitou fazer mais comentários, por questão de sigilo do caso.
@FFO