Piloto de caça F-35 não qualificado para voar helicóptero causou acidente com AH-64D da Guarda Nacional. Um helicóptero de ataque AH-64D Apache da Guarda Nacional de Utah caiu no dia 12 de fevereiro deste ano, durante um “voo de orientação” no Aeroporto Regional de South Valley, em West Jordan. O Apache era pilotado por um Coronel da Reserva da USAF que não era qualificado para voar o helicóptero.
De acordo com um relatório obtido pela FOX 13 News, o Oficial da USAF era piloto de caça F-35A e tinha apenas 35 minutos de experiência em voo de simulador antes de assumir o comando do helicóptero AH-64 real para um voo de 90 minutos. Segundo a reportagem, o acidente ocorreu quando o Coronel, não familiarizado com os controles do helicóptero, tentou pairar e pousar o Apache no Aeroporto Regional de West Jordan.
Os investigadores revelaram que, no voo de retorno ao aeroporto, o Coronel “lutou para controlar o helicóptero”, necessitando por três vezes da intervenção do Subtenente Chefe que o acompanhava no voo. Na quarta tentativa, o Coronel “entrou em pânico e voltou ao seu treinamento em aeronaves de asas fixas, aplicando pressão para baixo inapropriada para uma aeronave de asas rotativas”.
A atuação errônea nos comandos do Apache voando a apenas 10 pés de altura (3 metros), levou o helicóptero a girar e cair, sem que o Subtenente Chefe tivesse tempo de assumir o controle. Ambos tripulantes ficaram feridos, o Coronel com maior gravidade com necessidade de cirurgia, mas sem risco de vida.
Falhas de liderança e gerenciamento de voo
A investigação destacou não apenas a falta de qualificação do Coronel, mas também o excesso de confiança do Subtenente Chefe, além de falha no gerenciamento adequado do controle de voo, sendo fatores contribuintes para o acidente. Além disso, o relatório criticou a cadeia de comando da Guarda Nacional de Utah por não aplicar adequadamente os procedimentos operacionais padrão, citando falhas de liderança semelhantes em um incidente ocorrido em 2022, quando dois helicópteros seus caíram no Snowbird Resort.
As descobertas da investigação ressaltam implicações mais amplas para os protocolos de aviação militar. Os investigadores recomendaram que o National Guard Bureau, um escritório dentro do Pentágono, reavaliasse o uso de voos de orientação em unidades Apache em todo o país, com objetivo de evitar novos acidentes envolvendo pessoal não qualificado nos controles.
Implicações e Resposta
Os “voos de orientação” são rotina na aviação militar e são normalmente realizados para familiarizar o pessoal com diferentes tipos de aeronaves. No entanto, o relatório sugere a necessidade de uma atenção mais rigorosa aos padrões de qualificação para evitar de colocar indivíduos não qualificados no controle de máquinas complexas como o helicóptero Apache. O incidente levantou questões sobre a adequação das atuais medidas de segurança e supervisão na Guarda Nacional de Utah.
As recomendações do relatório podem levar a mudanças não apenas em Utah, mas também em outras unidades da Guarda Nacional dos Estados Unidos, destacando a necessidade crítica de aplicação rigorosa de padrões de qualificação de segurança.
Pilotar o F-35 é provavelmente muito mais simples
Apesar de sua grande complexidade, o moderno projeto de construção do F-35 o torna uma aeronave relativamente “fácil de voar”, especialmente quando comparado a vetores de caça de gerações anteriores, quando os sistemas fly-by-wire e a automatização não eram tão avançadas, explica o The Aviationist.
Esses recursos reduzem significativamente a carga de trabalho do piloto, permitindo que ele se concentre mais no gerenciamento da missão do que nas tarefas básicas de controle de voo. O esforço do piloto em uma aeronave de 5ª geração é mais em gerenciar os sensores de bordo do que em controlar ou pousar o jato.
Isso contrasta fortemente com o voo em um helicóptero de combate como o AH-64D Apache, que requer contínuas entradas manuais de controle para gerenciar o sistema do rotor, manter a estabilidade e lidar com manobras complexas em baixas altitudes. Helicópteros exigem atenção e foco constante na estabilidade em múltiplos eixos de movimento, o que os torna inerentemente mais desafiadores de pilotar em comparação ao ‘dócil” F-35 altamente automatizado.
1º Batalhão de Reconhecimento de Ataque, 211º Regimento de Aviação
Os helicópteros AH-64D Apache da Guarda Nacional de Utah são operados pelo 1º Batalhão de Reconhecimento de Ataque, do 211º Regimento de Aviação (1-211 ARB), baseado em West Jordan, Utah. Por mais de 40 anos, esta unidade realiza a missões de Ataque e Exploração, tendo atuado em três recentes implantações: Operação Desert Spring (2001-02) no Kuwait, e OEF V (2004-05) e OEF XII (2012-13) no Afeganistão.
O AH-64D Apache Longbow é um helicóptero de ataque bimotor conhecido por suas capacidades avançadas de combate e versatilidade no campo de batalha. Ele é equipado com um poderoso canhão de corrente M230 de 30 mm, mísseis Hellfire e pods de foguete Hydra 70, permitindo que ele engaje veículos blindados, tropas e outros alvos terrestres de forma eficaz.
O AH-64D possui um avançado sistema de radar Longbow, fornecendo aquisição e rastreamento de alvos mesmo em condições climáticas adversas e de baixa visibilidade. Seus aviônicos aprimorados, sistemas de visão noturna e recursos de sobrevivência o tornam um recurso crítico para reconhecimento, apoio aéreo aproximado e missões antiblindagem.
De acordo com o site do US Army, o 1-211 ARB desempenha um papel crucial na Guarda Nacional de Utah. Sua missão é destruir forças blindadas e mecanizadas inimigas usando poder de fogo aéreo, mobilidade e efeito de choque, bem como conduzir operações de reconhecimento aéreo e triagem em apoio a uma Brigada de Aviação de Combate. O batalhão, liderado pelo Major Jon Richardson e pelo Sargento Major Shawn Earl, também está preparado para dar suporte a operações de aviação em todo o país, situações de emergência e missões de defesa nacional.
Os destaques recentes de treinamento do batalhão incluem exercícios de campo, artilharia aérea de fogo real e suporte para forças de operações especiais. Ele participou de treinamento de alto nível, como a Naval Fighter Weapons School (TOPGUN) e duas rotações no National Training Center em Fort Irwin, Califórnia, demonstrando sua capacidade de fornecer suporte aéreo eficaz e rápida implantação em missões de combate e domésticas.
O 1-211 ARB é estruturado em várias companhias, incluindo a Companhia Sede e as Companhias A a E, cada uma contribuindo para a prontidão geral da missão e excelência operacional da unidade.
Fonte: The Aviationist
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