Pentágono quer propulsão hipersônica assistida por plasma. Especialistas em propulsão aeroespacial do Spectre Aerospace receberam US$ 9,5 milhões em investimentos do Departamento de Defesa dos EUA (DoD), para o desenvolvimento de propulsão de plasma para de sistemas de armas hipersônicas.
A Spectre Aerospace, sediada em Boston, Massachusetts, é especializada no campo da combustão assistida por plasma e propulsão hipersônica. De acordo com um comunicado de 13 de junho da Specter Aerospace, o financiamento do DoD veio de vários contratos de defesa e investimentos de capital da CS Ventures e da Mandala Ventures.
Os investimentos americanos neste setor ficaram para trás, se comparado aos principais rivais China e Rússia, particularmente no campo de propulsão hipersônica voltada para mísseis. Para esse fim, a Specter Aerospace e outras empresas estão tentando introduzir o conceito de relevância em termos de velocidade — o plasma, permitindo o desenvolvimento e a atualizações mais rápidas de tecnologias emergentes nos sistemas de defesa.
O financiamento auxiliaria no desenvolvimento contínuo da propulsão de combustão assistida por plasma, permitindo que os clientes de defesa “possam ir mais longe e mais rápido” com menos combustível, afirmou Felipe Gomez del Campo, CEO da Specter Aerospace.
Além disso, devido ao mais recente investimento e contratos existentes com o DoD, a Specter Aerospace espera voar seu primeiro demonstrador hipersônico “dentro de dois anos”, acrescentou del Campo.
Mas o que é propulsão de plasma? Em vez de combustível, os motores a jato de plasma usam eletricidade para gerar campos eletromagnéticos. Esses campos comprimem e energizam um gás, como o ar atmosférico ou o argônio, criando um plasma, um estado ionizado, quente e denso, que opera similarmente a um motor a combustão.
O Pentágono tem plena consciência que os EUA etão ficando para trás no desenvolvimento de armas hipersônicas. Ciente disto, Washington está tentando recuperar o atraso enquanto tenta fornecer a estrutura e o financiamento necessários para o setor de defesa privado alavancar suas capacidades, e com isto, buscar nivelar as capacidades americanas com as russas e chinesas.
Tanto a China quanto a Rússia testaram com sucesso armas hipersônicas, com a Rússia empregando o míssil Kh-47M2 Kinzhal contra alvos na Ucrânia. Os testes do Kinzhal já tem vários anos e completaram mais de 250 voos até 2018, o que permitiu a ele ser anexado ao arsenal operacional russo, mesmo que existam questionamentos sobre sua efetividade.
O desenvolvimento de hipersônicos na China é igualmente avançado, se não mais, com o mais recente sistema, o míssil DF-27 considerado capaz de penetrar nas redes de defesa aérea dos EUA. Em 2021, de acordo com relatórios dos EUA, um teste hipersônico conduzido por Pequim viu um DF-27 viajar “ao redor do mundo”, demonstrando uma capacidade de alcance até então desconhecida.
Os mísseis hipersônicos conseguem viajar mais rápido do que os mísseis balísticos convencionais e geralmente atingem um mínimo de Mach 5 (aproximadamente 3.400 mp/h). No ápice de sua trajetória, esses sistemas são projetados para atingir velocidades de Mach 25 — aproximadamente 17.500 mp/h, de acordo com um documento do Atlantic Council.
Se na China e Rússia eles estão em franco desenvolvimento, os programas hipersônicos dos EUA estavam “aparentemente enfrentando alguns problemas” de desenvolvimento e para muitos, até de foco, isto é, uma falta de definição do Pentágono de como seria a guerra moderna de fato.
Os esforços dos EUA para desenvolver capacidades de armas hipersônicas tiveram um investimento considerável feitos com a arma de resposta rápida Lockheed Martin AGM-183 (ARRW). Apesar dos investimentos feito entre 2018 e 2022, que mais de US$ 2,5 bilhões, neste ano de 2023, relatórios sugeriram que a USAF não compraria a plataforma após a conclusão de todos os testes de voo, que indicaram que o AGM-183 não seria eficaz. A nova aposta é que um novo sistema de propulsão coloque os EUA em uma rota mais segura e eficaz quando o assunto for mísseis hipersônicos.
@CAS