Pelo menos dez aviões de combate russos destruídos no ataque a base aérea na Crimeia. Pelo menos dez aviões de combate da Rússia teriam sido destruídos no ataque realizado à Base Aérea de Saki, na Crimeia, na semana passada (09/08). Imagens de satélite divulgadas nas redes sociais mostram que, em teoria, as explosões foram resultantes de um ataque de precisão realizado com uma arma até agora desconhecida.
Apesar da Ucrânia não assumir o ataque, os comentários nas suas redes sociais deixam a possibilidade em aberto. O jornal Kyiv Independent, em 13/08, disse que o Departamento de Defesa dos EUA confirmou que as forças ucranianas bombardearam Saki, em 9 de agosto de 2022. Uma recente reportagem do New York Times disse que uma fonte ucraniana afirmou que “foi usado um dispositivo exclusivamente ucraniano”, sem informar detalhes.
O assessor presidencial ucraniano, Oleksiy Arestovych, disse que as explosões foram possivelmente causadas por uma nova arma de longo alcance fabricada na Ucrânia ou por milícias ucranianas que operam. Saki está a pelo menos 200 quilômetros da posição ucraniana mais próxima, ou seja, fora do alcance dos mísseis dos sistemas de foguetes HIMARS, fornecidos pelos Estados Unidos.
As imagens contradizem a versão oficial russa, de que ocorreram explosões acidentais em depósitos de munição de Saki. Teriam sido destruídos diretamente pelo ataque, quatro Su-30SM Flanker e pelo menos seis Su-24M/MR Fencer, além de outras tantas deixadas fora de combate pela poderosa onda de choque e pelos estilhaços gerados. Moscou usava a Base Aérea de Saki como local de lançamento dos ataques contra o sul da Ucrânia.
Se as forças ucranianas forem responsáveis pelas explosões dem Saki, isso marcaria o primeiro grande ataque conhecido a um alvo militar russo na Crimeia. Uma explosão menor ocorreu no mês passado, no porto de Sebastopol, quartel da frota russa do Mar Negro, e foi atribuído a sabotadores ucranianos que usaram um drone.
Autoridades russas há muito alertam a Ucrânia de que qualquer ataque à Crimeia desencadearia uma retaliação massiva, incluindo ataques a “centros de tomada de decisão” em Kyiv. Por sua parte, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, prometeu recapturar a península da Crimeia, tomadas pela Rússia em 2014.
“Esta guerra russa contra a Ucrânia e contra toda a Europa livre começou com a Crimeia e deve terminar na Crimeia. Hoje é impossível dizer quando isso vai acontecer. Mas estamos constantemente adicionando os componentes necessários à fórmula para a libertação da Crimeia”, disse ”, disse Zelenskyy em um recente discurso.
Mais cedo na terça-feira, autoridades ucranianas informaram que pelo menos três civis ucranianos foram mortos e 23 ficaram feridos em ataques russos nas últimas 24 horas, incluindo um ataque não muito longe da usina nuclear de Zaporizhia, ocupada pela Rússia.
Os russos dispararam mais de 120 foguetes contra a cidade de Nikopol e a Usina Nuclear, que fica do outro lado do rio Dnipro, disse o governador de Dnipropetrovsk, Valentyn Reznichenko. Vários prédios de apartamentos e centros industriais foram danificados, acrescentou. A Ucrânia e a Rússia se acusaram mutuamente de atacar a maior usina nuclear da Europa, alimentando temores de uma catástrofe.
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