Pela primeira vez o porta-aviões chinês Liaoning é visto perto da base dos EUA em Guam. O grupo de navios da Marinha do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLAAN), liderados pelo porta-aviões Liaoning (16), foi visto pela primeira vez navegando perto da ilha de Guam, onde os Estados Unidos mantém uma importante base militar no Pacífico. A inédita aproximação ocorreu em 29 de dezembro passado, durante a série de exercícios que a esquadra chinesa realiza na região do Pacífico Ocidental.
Essa ação foi vista por analistas militares chineses como uma demonstração que o porta-aviões Liaoning está pronto para atuar em caso de um eventual ataque inimigo, especialmente dos EUA operando a partir do arquipélago no Pacífico.
A Base Aérea de Andersen, em Guam, abriga unidades de bombardeiros estratégicos de longo alcance da USAF, além de embarcações militares e submarinos movidos a energia nuclear da US Navy. Sua principal função é projetar o poder militar dos EUA no Pacífico, principalmente para conter qualquer ameaça chinesa contra seus aliados na região, disseram observadores.
O Ministério da Defesa do Japão tem monitorado os movimentos dos navios da PLAAN na região, cujo o ponto mais extremo alcançado antes do retorno foi a oeste de Guam. Foram identificados na flotilha chinesa, além do porta-aviões Liaoning (16), o Destróier Type 055 Wuxi, o Contratorpedeiro Type 052D Chengdu, a Fragata Type 054A Zaozhuang e o Navio de Reabastecimento Type 901 Hulunhu.
“Os exercícios do Liaoning no Pacífico Ocidental têm claramente um pano de fundo tático, pois demonstrou suas capacidades aprimoradas em obter a superioridade aérea e o controle do mar longe de sua terra natal”, disse o especialista militar chinês Song Zhongping ao Global Times.
A China nunca atacará as bases militares dos EUA em Guam, se não for atacada em seu território, incluindo a questão de Taiwan. Ter tais capacidades é um impedimento contra possíveis provocações dos norte-americanos, disseram analistas militares chineses.
Além do porta-aviões, o míssil balístico de alcance intermediário DF-26 do Exército da China (PLA) e o bombardeiro H-6K com mísseis ar-terra da Força Aérea Chinesda (PLAAF), também podem alcançar a ilha de Guam, de acordo com relatos da mídia.
Ao mesmo tempo que o grupo do porta-aviões Liaoning navegava perto de Guam, o Comando Ocidental do PLA realizava patrulhas de alerta de combate conjuntos em áreas marítimas e aéreas ao redor da ilha de Taiwan. Essa ação conjunta das Forças Armadas da China teriam sido realizadas como aviso ao presidente norte-americano Joe Biden, que em 23 de dezembro de 2022 assinou uma inédita lei para o financiamento de armas para Taiwan.
“Como o PLA tem se concentrado no treinamento como um sistema, não se pode descartar que o exercício em alto mar do grupo de porta-aviões Liaoning esteja relacionado com os exercícios ao redor da ilha de Taiwan. As águas ao sul do Japão e a oeste de Guam, ambas áreas nas quais o Liaoning realizou exercícios, são importantes para cortar as forças de interferência militar de Washington e Tóquio”, disse outro especialista militar chinês ao Global Times, sob anonimato.
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