Pane no “FAB 01” reabre discussões sobre novo avião VIP presidencial. Voltou a pauta do Palácio do Planalto e do Ministério da Defesa a compra de um novo avião presidencial. O assunto tomou corpo nesta semana, após uma pane no Airbus A319CJ (VC-1) da Força Aérea Brasileira (FAB) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua comitiva a bordo, no México.
Na terça-feira (1º/10), logo após decolar do Aeroporto Internacional Felipe Ángeles, na Cidade do México, o piloto do VC-1 “Força Aérea Brasileira 01” (indicativo de chamada “BRS 01”) declarou “PAN-PAN” (um indicativo internacional de urgência) ao Controle de Tráfego Aéreo. Este é um sinal que o piloto informa via rádio que há uma pane importante na aeronave, sem imediata gravidade, mas que precisa de atenção e pouso assim que possível.
Minutos após identificar a pane e estabilizar a situação, o piloto do “FAB 01” chamou Lula à cabine, para explicar o ocorrido. De acordo com o G1, o piloto ouviu um “som estranho” na decolagem seguido de “um tranco”. Antes disso, os passageiros foram imediatamente informados sobre a “emergência controlada” e que o avião iria manter a proximidade com o aeroporto para retorno. Conforme a reportagem “houve susto e apreensão entre os passageiros, mas não chegou a evoluir para pânico”.
Como o Airbus VC-1 (FAB 2101) estava muito pesado, foi necessário realizar esperas por algumas horas nos arredores da Cidade do México, visando queimar combustível para pouso, o que foi feito em segurança sem deixar feridos. Lula e sua comitiva embarcaram no “avião reserva”, um Embraer 190 (VC-2), que os trouxe de volta ao Brasil.
A mídia nacional informou que a pane no Airbus VC-1, com 20 anos, deixou o mandatário do país e sua esposa muito irritados. O Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, foi acionado para acompanhar o incidente. A situação reabriu a discussão sobre a compra de um novo avião VIP para a FAB, caso estudado no ano passado (saiba mais aqui).
Comprado em 2004 durante o primeiro mandato do presidente Lula, o Airbus A319ACJ, matrícula FAB 2101 (designação militar VC-1) é operado pelo Grupo de Transporte Especial (GTE), Unidade da FAB responsável pelo transporte de autoridades brasileiras. A aeronave é uma versão executiva do jato comercial A319, configurado internamente para transporte VIP, com maior autonomia e sistemas exclusivos de comunicação. Apesar disso, não se trata de uma aeronave originalmente desenvolvida para missões intercontinentais, necessitando de escalas técnicas para reabastecimento em voos de longo curso, o que tem incomodado Lula e sua esposa.
Além disso, mais recentemente o 2º/2º Grupo de Transporte “Esquadrão Corsário” recebeu dois Airbus A330-200, matrículas FAB 2901 e FAB 2902 (designação militar C-30). Essas aeronaves têm grande autonomia e voam por longas distâncias sem escalas, mas não tem a configuração interna no padrão executivo. Elas são operadas com assentos de passageiros em classe única, da mesma forma de quando voavam na aviação comercial, o que não atende às necessidades de conforto do presidente.
@FFO