Países europeus negam sobrevoo para aviões da FAB que precisaram alterar rotas até Moscou. A Força Aérea Brasileira (FAB) precisou fazer alterações na rota dos voos que transportaram o presidente Lula, a primeira dama e suas comitivas de Brasília para Moscou. O motivo foi a falta de autorização para sobrevoo do espaço aéreo de três países europeus pelos quais as aeronaves brasileiras deveriam passar para chegar à capital da Rússia.
Conforme as informações, a Letônia e a Estônia recusaram os pedidos do governo brasileiro para que as aeronaves da Força Aérea Brasileira sobrevoassem seus territórios. A Lituânia não respondeu à solicitação. O presidente Lula fará visitas oficiais à Rússia e a China.
O impasse forçou a mudança de rota dos voos, forçando a um desvio mais ao norte, sobre a Finlândia. De acordo com uma reportagem da Folha, a autorização foi obtida “de última hora” obtida pelo governo brasileiro.
O FAB 2902 realizou dois voos entre o Brasil e a Rússia. No dia 02/05 o C-30 transportou o destacamento precursor da presidência e a primeira dama Rosângela da Silva com seus assessores. O segundo voo, realizado na noite de 06/05, transportou parte da comitiva presidencial. O presidente Lula viajou no VC-1 FAB 2101 do Grupo de Transporte Especial (GTE) que realizou uma escala técnica em Casablanca, no Marrocos.
A Presidência da República confirmou a “necessidade de remanejamento do horário de saída do voo em que estava a primeira-dama”, citando como motivo “uma sensibilidade política” por parte da Letônia. A Estônia, por sua vez, atribuiu a recusa ao prazo exigido para autorização do uso do espaço aéreo. Segundo o país, a solicitação chegou poucos dias antes do voo.
“Todas as tratativas e autorizações de sobrevoo foram realizadas, como de praxe em qualquer viagem internacional da comitiva presidencial e equipe de apoio”, declarou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
Funcionários da diplomacia brasileira apontaram, de forma reservada, que o fator político que pode pesar nesses casos é o destino do voo. Estônia, Letônia e Lituânia costumam adotar um comportamento restritivo para aeronaves com destino à Rússia, ainda que de maneira informal, como um gesto de descontentamento em relação à guerra na Ucrânia.
Os voos que transportam autoridades brasileiras para outros países exigem um planejamento que envolve o Gabinete de Segurança Institucional, a Força Aérea Brasileira e o Ministério das Relações Exteriores. Nessas situações, a FAB compartilha com o Itamaraty os planos de voo, cabendo aos diplomatas nas embaixadas a solicitação de autorização para o voo.
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