OTAN celebra 20 anos do Policiamento Aéreo do Báltico. A missão de Policiamento Aéreo do Báltico (BAP) da OTAN completou 20 anos no último dia 29 de março. A operação conjunta é destinada à oferecer proteção do espaço aéreo da OTAN a partir dos aliados da região do Mar Báltico, a Lituânia, a Letônia e a Estônia.
O BAP surgiu como uma maneira de suprir a falta de meios das Forças Aéreas das três nações bálticas. Assim, os demais membros da Aliança desdobram suas aeronaves de caça em rotações de quatro meses nas Bases Aéreas de Siauliai, na Lituânia e Ämari, na Estônia. Esta última foi incluída em 2014, após a invasão russa na Criméia.
A primeira rotação BAP aconteceu em março de 2004. Nessas duas décadas, os caças de Alerta de Defesa Aérea (QRA – Quick Reaction Alert) nos países bálticos foram acionados inúmeras vezes para interceptar e identificar visualmente os tráfegos desconhecidos transitando próximo ao espaço aéreo da OTAN.
Aeronaves militares da Rússia voando de e para o enclave de Kaliningrado são a maior demanda de acionamentos QRA. Normalmente, esses voos operam sem planos de voos emitidos, com transponders desligados e sem contatos via rádio com os órgãos de controle de tráfego aéreo. Desta forma, eles se tornam um perigo ao tráfego aéreo civil.
“O sistema é gerenciado pelo Comando Aéreo Aliado através dos Centros Combinados de Operações Aéreas, em Uedem, na Alemanha, e em Torrejón, na Espanha. Todos os membros contribuem para o Policiamento Aéreo, garantindo a integridade do espaço aéreo da OTAN e a proteção das nações aliadas. Esta é a verdadeira pedra angular para a segurança, dissuasão e defesa coletivas da Aliança”, informou o Comando Aéreo da OTAN.
Em sua última rotação BAP finalizada em agosto de 2023, a Royal Air Force (RAF) informou que nos quatro meses em que estiveram na Estônia, os seus caças Typhoon interceptaram 50 aeronaves russas. O Comando Aérea da OTAN informou que em 2023 foram mais de 300 interceptações realizadas por todos os destacamentos BAP.
No dia que completou 20 anos, a BAP recebeu a Força Aérea Espanhola, ou Ejército del Aire y Espacio (EdAE) na Estônia. Oito caças F/A-18 Hornet e 150 militares foram enviados para assumir a missão de defesa aérea na região. Além deles, é esperado um grupo de aviadores especialistas em guerra eletrônica do Centro de Logística de Armamento e Experimentação, elevando o efetivo espanhol para cerca de 200 militares.
“Todas as operações de Policiamento Aéreo estão integradas ao Sistema Integrado de Defesa Aérea e Mísseis da OTAN. Em tempos de paz, a missão Aliada envolve o uso do Sistema de Vigilância e Controle Aéreo (ASACS), Comando e Controle Aéreo (Air C2) e meios aéreos apropriados através do QRA”, afirmou o OTAN.
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