Os F-22A Raptor ex-USAF devem ir para o Japão? O Pentágono quer desativar 24 caças stealth Lockheed Martin F-22A Raptor, que não serão atualizados. Com um custo de US$ 1 bilhão para amodernização, o Departamento de Defesa diz que pode usar este valor para atualizar outros vetores. Porém, o Pentágono pensa que eles ainda podem desempenhar um importante papel de dissuasão no Pacífico contra a China. Com isto surge a ideia de que possam ser repassados ao Japão.
O Japão (assim como Israel) há muito deseja os F-22, que podem desempenhar um importante e forte papel de dissuasão no Pacífico contra a China. Se seguirem o trajeto normal, estes F-22 serão enviados para serem estocados no 309th Aerospace Maintenance and Regeneration Group (AMARG) anexa a Base Aérea de Davis-Monthan em Tucson, Arizona.
O F-22 é uma aeronave muito capaz e muito cara. Novo em folha, o custo de voar era de US$ 120 milhões, isto a preço de quando entrou serviço em 2005. Em valores de hoje, o custo de um novo seria de US$ 182 milhões. Mas o custo por avião também deve incluir pesquisa e desenvolvimento, o que elevaria o custo de 2005 para US$ 334 milhões, ou US$ 507 milhões em dólares de 2022. Calculado assim, o valor das duas dúzias de aviões F-22 que a Força Aérea quer aposentar é de cerca de 12,2 bilhões de dólares, mesmo que usados.
A USAF admitiu que o custo da modernização de todos os F-22 programados para aposentadoria seria de apenas US$ 1 bilhão, uma fração do investimento feito até agora. Apenas os Estados Unidos têm o F-22, que continua sendo um caça de superioridade aérea de importância crucial. O F-22 tem uma série de vantagens em relação ao F-35 mais barato e mais tático. Para começar, o F-22 tem uma seção transversal de radar menor que o F-35. Além disso, o F-22 ele é muito mais manobrável que o F-35; tem uma melhor relação peso-potência; tem dois motores em vez de um (um fator de segurança importante); ele é um caça de superioridade aérea, o que o F-35 não é. O F-35 é um dos mais lentos dos caças modernos, com velocidade de Mach 1,6, o F-22 é mais rápido (Mach 2,25).
É verdade que o F-22 não é tão moderno. Ele não possui a eletrônica e os computadores mais avançados do F-35 portanto, é menos adequado para operações centradas em rede. Não carrega certos tipos de armas (embora possa ser modificado para isso). Mas, de longe, a característica mais importante do F-22 é que ele pode derrubar defesas aéreas e radares inimigos, bem como vencer em combate ar-ar, abrindo caminho para caças não-stealth, caças-bombardeiros e convencionais.
Então, a pergunta é: por que não atualizar os F-22 propostos para aposentadoria e oferecê-los aos aliados dos Estados Unidos, especialmente o Japão? A ideia já circula no Pentágono, que vê a presença em tempo integral de F-22 em solo japonês como um motivo para a China repensar suas chances de vencer se, digamos, um conflito surgisse em Taiwan ou nas Ilhas Senkaku.
Uma possível barreira é uma lei de 1999 que dizia que os Estados Unidos não poderiam desenvolver uma versão de exportação do F-22, que pode ser revista. Porém a tecnologia do F-22 já não é tem sigilosa e o Japão já emprega o F-35, caça que deriva do F-22. Com isto, por muito pouco investimento, o Japão — teria um equalizador na região, de considerável importância estratégica.
Hoje, os Estados Unidos e seus aliados estão sendo desafiados pela China, e manter o equilíbrio de poder está se tornando cada vez mais difícil. Uma simples emenda à lei americana permitiria ao Japão obter os F-22 aposentados, assumindo, é claro, que os japoneses os quisessem. Fontes da Japan Air Self-Defense Force (JASDF) dizem que o F-22 seria muito bem-vindo, em espacial para contrapor os Chengdu J-20 da People’s Liberation Army Air Force (PLAAF). Se realmente querem, como queriam antes, está agora é a hora certa para os japoneses pedirem novamente. É bem provável que os EUA abram negeciações.
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