O último voo da Rainha
O último voo da Rainha. O falecimento da Rainha Elizabeth II na tarde de 08 de setembro, ocorreu no Castelo de Balmoral, uma residência de descanso da Família Real situada nas Terras Altas da Escócia. A propriedade não possui pista de pouso, e o aeroporto mais próximo fica em Edimburgo, capital escocesa.
No domingo (11/09), um comboio de automóveis foi organizado para acompanhar o translado do esquife real por via rodoviária de Balmoral até o Aeroporto de Edimburgo (EDI/EGPH), em uma viagem de cerca de 160 km. Da capital escocesa, o caixão com o corpo da Rainha, acompanhado de uma pequena comitiva de familiares e funcionários, seria levado por via aérea para Londres.
Coube então à Royal Air Force (RAF) ter a honra de realizar o último voo da Rainha Elizabeth II, que utilizou um dos seus C-17A Globemaster III operados pelo 99 Squadron, baseados na RAF Brize Norton.
Na tarde daquele domingo ensolarado, o C-17A matrícula ZZ177 foi estacionado em uma área reservada no Aeroporto de Edimburgo, resguardado por vários militares da Guarda Real Escocesa em seus típicos uniformes, policiais e seguranças. Autoridades ficaram na área interna do pátio do aeroporto, perto do C-17A, aguardando o comboio Real, enquanto centenas de curiosos se espremiam ao longo da cerca externa do aeroporto.
Com a chegada do comboio Real à pista do aeroporto, foi realizada uma cerimônia militar para a transferência do esquife do automóvel para o jato da RAF. Homens do The Queen’s Colour Squadron, 63 Squadron e Royal Air Force Regiment, carregaram o pesado caixão de madeira e chumbo para dentro do C-17A, através da sua rampa traseira.
Os poucos passageiros VIPs que acompanharam a viagem aérea, como a Princesa Anne (filha da Rainha), seu marido o Sir Timothy Laurence, entre outros, embarcaram pela porta lateral esquerda da aeronave, que certamente estava configurada internamente para o transporte Real.
Com todos a bordo, portas fechadas e sistemas checados, os pilotos acionaram os quatro motores do C-17A que assumiu o voo “Kittyhawk 01 Romeo” (código de chamada no rádio), com destino à Base Aérea RAF Northold (NHT/EGWU), nos arredores de Londres.
A decolagem do “Kittyhawk 01 Romeo” de Edimburgo ocorreu precisamente às 16:42 (horário local), e marcou o encerramento de um importante capítulo na história da Família Real. Coube aos tripulantes do ZZ177 testemunharem a última vez que a Rainha Elizabeth II deixava a Escócia, um local que ela sempre carregou em seu coração desde o início da vida.
Com o caixão de Sua Majestade a bordo, o C-17A ZZ177 se tornou o foco da atenção de milhões de pessoas em todo mundo. No site de monitoração de voos online Flight Radar, o voo “KRF01R” (“Kittyhawk 01 Romeo”) foi o mais acessado na história do serviço, causando instabilidade nos servidores. De acordo com os responsáveis pelo FR24, “ovoo final da Rainha Elizabeth II estabeleceu recorde de rastreamento de voos de todos os tempos. Entre web, aplicativos e transmissão ao vivo, cerca de cinco milhões de pessoas seguiram o voo de Edimburgo para a RAF Northolt no Flightradar24.”
Pouco mais de uma hora de voo, e tendo cruzado boa parte do Reino Unido de norte à sul, passando por Glasgow, Manchester, Birmingham, o pouso do “KRF01R” ocorreu na pista 07 da RAF Northholt às 17:53 (LT).
Um típico clima londrino, com chuva leve e nuvens baixas esperava Sua Majestade, a Rainha Elizabeth II, que no seu último desembarque, novamente foi auxiliada pelos militares da Royal Air Force, que levaram seu esquife até o veículo que a aguardava para transportá-la ao Palácio de Buckingham.
Encerrou-se assim uma história de 96 anos de estreita ligação entre a Rainha Elizabeth II e a Royal Air Force. Descanse em paz, Sua Majestade.
Fonte: RAF
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