O F-16 poderá voar por 100 anos! Com base na atual carteira de pedidos de novas células e nas atualizações planejadas para as aeronaves atualmente em operação, a USAF deverá contar com os caças Lockheed Martin F-16 por quatro décadas além do programado, ou seja, pelo menos até a década de 2070.
Em serviço desde a década de 1970, atualmente 25 países operam os F-16, e a lista de pedidos acumula 128 aeronaves, todos para exportação. A Lockheed Martin estima que essas aeronaves não serão entregues antes de 2026 e que novos pedidos chegarão. Com uma vida útil potencial de 40 anos ou mais, esses jatos poderiam voar até final da década de 2070, fechando 100 anos de serviço operacional. Vale lembrar que o YF-16 fez seu voo inaugural em 20 de janeiro de 1974 e entrou em serviço em agosto de 1978. El foi produzido pela General Dynamcs até 1993
Com a expansão da produção dos novos F-35, em 2019 a Lockheed Martin transferiu a linha de produção e atualização do F-16 de Fort Worth, Texas, para Greenville, na Carolina do Sul, onde as novas aeronaves deverão ser montadas a partir do ano que vem. Desde que a nova linha foi anunciada, a diretoria de cooperação e assistência de segurança do Air Force Life Cycle Management Center (AFLCMC), observou um aumento nas intenções de aquisição dos caças por países aliados. A taxa inicial de produção da nova unidade de Greenville, será de quatro caças por mês.
Os 128 pedidos são para as forças armadas do Bahrein, Bulgária, Eslováquia, Taiwan e outro país que a fabricante não divulgou, possivelmente Filipinas, já que a Croácia deverá adquirir o Rafale. Essas novas aeronaves sairão da fábrica na versão Block 70/72, que inclui novo radar, monitores, tanques de combustível conformados e outras melhorias em relação à versão anterior Block 50/52, atualmente em serviço na USAF.
A Índia também está considerando comprar uma versão avançada do F-16 que a Lockheed chama de “F-21”. Eles teriam uma vida útil aproximada de 12.000 horas – ou 32 anos em condições de operação normais, o que representa cerca de 50% a mais que a média das aeronaves em serviço na USAF. A Índia planeja adquirir 114 “F-21”, que seriam produzidos localmente, em uma parceria entre a Lockheed Martin e a indústria indiana Tata.
Gregory M. Ulmer, VP da Lockheed, disse a repórteres em fevereiro que a empresa vê um potencial para 300 vendas adicionais de F-16 ainda não contabilizadas (afora as 128 já garantidas), algumas das quais serão para clientes que já operam o caça.
O aumento do interesse estrangeiro no F-16, pode estar relacionado às informações da USAF de que continuará a voar com as aeronaves além do planejamento inicial, o que dá garantias de suporte de peças e manutenção para os clientes por um longo tempo. No curto prazo, a USAF planeja o aposentar todos os F-16 das versões mais antigas (Blocks 15, 25 e 30), mas manterá as versões do Blocos 40 e 50 com várias atualizações.
Em janeiro deste ano, a Lockheed recebeu um contrato de entrega e quantidade indefinida no valor de até US$ 64,3 bilhões para a produção de novos F-16 para clientes FMS, bem como atualizações de 405 jatos estrangeiros para a configuração F-16V (Bloco 70). Essas modificações deixarão as aeronaves com as mesmas capacidades das que sairão da linha de produção a partir de 2022.
Este contrato cria uma configuração básica do F-16 para toda a futura linha de produção, com a USAF atuando como agente para os clientes estrangeiros do FMS. Cada país assinará um contrato separado, especificando os seus equipamentos e configurações exclusivas. Este acordo simplifica e acelera o processo de produção e entrega via FMS, para países que desejam comprar os novos F-16. A abordagem é necessária devido ao aumento da demanda esperada, e também visa reduzir os custos de produção. O trabalho também integrará a atualização do software Joint Mission Planning System/Mission Planning Environment.
O contrato especifica a frota dos operadores atuais, como o Bahrein, Bulgária, Chile, Colômbia, Croácia, Egito, Grécia, Índia, Indonésia, Jordânia, Marrocos, Coreia do Sul, Omã, Paquistão, Filipinas, Polônia, Romênia, Cingapura, Eslovênia, Taiwan, Tailândia, Turquia e os Emirados Árabes Unidos. O Japão usa uma variante do F-16, chamada F-2, com a indústria local executa todo o trabalho nesse modelo a parte da Lockheed Martin.
Até hoje, mais de 4.604 caças F-16 foram entregues para os Estados Unidos e países aliados a partir de 1978. A empresa vê a possibilidade de construir até 5.000 jatos, e julga que o F-16 é uma espécie de “entrada” dos F-35, para países que ainda não estão prontos para adquirir o caça de 5a geração.
FFO/CAS