Novo cockpit do Leonardo M-346 é similar ao do Lockheed Martin F-35. No evento Military Flight Training (MFT) 2025, realizado na Sardenha, Itália, de 31 de março a 2 de abril, a italiana Leonardo revelou a versão atualizada do jato de treinamento M-346, batizado de M-346T Block 20.
A versão Bloco 20, apresentada pela primeira vez em Farnborough em 2024, porém ainda sem o novo cockpit. Agora, a principal novidade do Bloco 20 é um cockpit remodelado com um Large Area Display (LAD), uma tela sensível ao toque elegante de alta resolução de 20”×8”, compatível com NVG, que substitui as 3 telas atuais. Isto coloca o M-346, alinhado com plataformas de ponta, como o helicóptero de ataque AW-249 Fenice, F-35 Lightning II, sem falar com o Gripen E, F-15EX e novos Typhoon.
Esta revelação, apresentada por meio de um simulador, marca um salto à frente na tecnologia de treinamento de pilotos, com a Áustria pronta para se tornar o primeiro cliente de exportação para esta variante. A atualização visa preparar os pilotos para o combate moderno, ao mesmo tempo, em que expande o potencial da aeronave para além da sala de aula, um movimento que despertou a curiosidade sobre suas implicações mais amplas.
No final do ano passado, o Ministério da Defesa austríaco confirmou planos para adquirir 12 variantes do M-346FA (Fighter Attack), por aproximadamente US$ 1 bilhão. Esta versão do M-346 não é somente um treinador — é uma aeronave de combate leve capaz de transportar mais de 4.400 libras de armas, incluindo mísseis ar-ar e munições guiadas de precisão.
O M-346T Block 20, com sua velocidade transônica — pouco abaixo de Mach 1 e aviônica avançada, oferece uma ponte para sistemas mais sofisticados, como o Eurofighter Typhoon, que a Áustria já opera.
O cockpit em si é feito sob medida para espelhar os sistemas que os pilotos encontrarão nas aeronaves mais avançadas de hoje. Saem os três displays multifuncionais dos modelos M-346 anteriores e entra um único LAD com tela sensível ao toque de 20 por 8 polegadas nos bancos dianteiros e traseiros, complementado por um Head-Up Display (HUD) um capacete com HMD.
Conforme o anúncio oficial da Leonardo, essa configuração melhora a consciência situacional e reduz a carga de trabalho do piloto, fatores críticos em cenários de treinamento e combate. A compatibilidade do LAD com óculos de visão noturna e sua capacidade de integrar dados em tempo real o tornam um recurso de destaque, atraindo comparações inevitáveis com a tela panorâmica do cockpit do F-35. Mas a história aqui não é somente sobre imitar caças de ponta — é sobre definir um novo padrão para uma gama mais ampla de plataformas.
Essa mudança em direção a interfaces unificadas de grande formato reflete uma tendência mais ampla na aviação militar. O F-35, produzido pela Lockheed Martin, foi pioneiro nessa abordagem com seu cockpit acionado por tela sensível ao toque, projetado para agilizar informações para pilotos que fazem malabarismos com missões complexas.
Para aliados incapazes de pagar por caças de quinta geração como o F-35 — com preço de mais de US$ 80 milhões por unidade — o M-346, com um custo de voo mais próximo de US$ 25 milhões, oferece uma alternativa econômica de treinamento moderno. Isso pode posicioná-lo como uma opção para nações que buscam se alinhar aos padrões da OTAN sem gastar muito.
O M-346 provou sua versatilidade. Itália, Israel, Cingapura, Polônia, Catar e Grécia já operam variantes, com mais de 100.000 horas de voo registradas globalmente. Em Israel, onde é conhecido como “Lavi”, o M-346 substituiu os Douglas A-4 Skyhawk em 2014. A Polônia o usa para funções de treinamento e ataque leve, enquanto Cingapura alavanca seu sistema de treinamento integrado para preparar pilotos para operações de F-15 e F-16.
A configuração do Block 20 leva essa adaptabilidade ainda mais longe, incorporando gravadores de vídeo digitais e HMD de realidade aumentada para simular adversários virtuais, um recurso que pode revolucionar como os pilotos treinam para conflitos multidomínio. O foco da Leonardo em aviônicos de ponta e capacidade de combate parece ter como objetivo criar um nicho entre esses concorrentes, atraindo nações que buscam treinamento e capacidade operacional.
@CAS