MQ-9 realiza testes para operar em pistas não preparadas. A aeronave remotamente pilotada General Atomics MQ-9 Reaper alcançou mais um marco operacional: a capacidade de operar em pistas não preparadas, ao pousar e decolar em uma pista de terra em um ambiente remoto.
A missão, conduzida por uma colaboração das unidades do Comando de Reserva da Força Aérea (AFRC — Air force Reserve Command) e das forças de Operações Especiais, destaca as capacidades operacionais aprimoradas da aeronave e o potencial para futuros cenários de combate, inclusive, o ressuprimento de tropas.
O Fort Stockton, Texas, o Nine Mile Training Center foi o local utilizado para os testes. O centro de treinamento privado das forças armadas oferece vastos terrenos, garantindo privacidade e proporcionando uma oportunidade de testar com segurança o MQ-9 Reaper.
Em 15 de junho, membros do 2nd Special Operations Squadron, 727th Special Operations Aircraft Maintenance Squadron e do 311th Special Operations Intelligence Squadron uniram forças com o 26th Special Tactics Squadron da Cannon Air Force Base, Novo México. A missão deles era criar um marco na história do Comando de Operações Especiais da Força Aérea, realizando o primeiro pouso do MQ-9 em uma pista improvisada de terra.
O Tenente-Coronel Brian Flanigan explicou ainda as implicações estratégicas dessa conquista, afirmando: “Essa capacidade será crítica nos combates futuros e se alinha perfeitamente com o conceito Agile Combat Employment da USAF”.
Historicamente, o MQ-9 Reaper sempre dependia de antenas de linha de visão (line-of-sight), para ser pilotado, o que se incluída pouso e decolagem. No entanto, com novos avanços implantados recentes, o MQ-9 agora pode decolar e pousar de qualquer local do globo terrestre.
O recurso MQ-9 SLR (lançamento e recuperação de satélites) permitiu o acesso a locais sem estrutura, remotos e despreparados. Isto dá ao MQ-9 um novo leque operacional, podendo ser implantado literalmente disperso e oculto em locais estratégicos. Parte de leque operacional foi demonstrado no teste de 15 de junho, quando a equipe mostrou a versatilidade ao empregar um pod de viagem acoplado ao MQ-9, realizando um reabastecimento do 26th Special Tactics Squadron na zona de pouso de terra.
Apelidado de “Reaper Express”, este conceito operacional fornece a capacidade de entregar suprimentos vitais em áreas confinadas onde aeronaves de carga podem enfrentar limitações. Flanigan destacou sua importância, dizendo: “Pode não conseguir carregar muito, mas o que pode conter pode ser a diferença entre levar aquela parte crítica da aeronave para um aeródromo isolado ou trazer um suprimento de sangue para as baixas sofridas durante um ataque à base”.
Embora o MQ-9 Reaper permaneça em alta demanda por seus papéis tradicionais em inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR), sua capacidade de pousar rapidamente e executar descargassem “corte” do motor abre possibilidades de missões secundárias ou terciárias.
O Major Dan Carlson, piloto-chefe do 2nd Special Operations Squadron equipada com o MQ-9, afirmou que: “A capacidade única de manobrar o MQ-9 para operar a qualquer hora, em qualquer lugar é uma capacidade relativamente nova, que está transformando como nos preparamos para a luta de amanhã e também para a de hoje”.
Além disso, o exercício de certificação serviu como plataforma para que os analistas de inteligência contribuíssem e aprimorassem a missão do Esquadrão de Táticas Especiais, independentemente de sua localização operacional. À medida que o MQ-9 Reaper continua a ultrapassar limites e desenvolver suas capacidades, fica claro que seu papel no futuro será ainda mais vital tanto quanto em missões de ISR e de ataque.