Motor do Tejas Mk.2 será fabricada na Índia. A General Electric Aerospace (GEA) assinou, no dia 22 de junho, um Memorando de Entendimento (MoU — Memorandum of Understanding) com a empresa indiana Hindustan Aeronautics Limited (HAL) sediada em Bangalore para fabricar localmente o motor F414, que irá equipar o caça leve HAL Tejas Mk.2.
Este acordo histórico traz junto uma notável colaboração tecnológica. A GEA co-produzirá seus motores a reação F414. Esses motores serão destinados a impulsionar os jatos de combate Tejas Mk2 da HAL da Indian Air Force (IAF) ou Força Aérea Indiana. A versão Mk.2 é a nova versão do Tejas cuja versõa Mk.1 entrou em serviço em 2016 na IAF. São 140 Mk.1 que vão equipar sete esquadrões.
O roll-out do Mk.2, ao que parece, será em 2024, ano do previsto para o primeiro voo. O Tejas Mark 2 estará operacional a partir de 2028. A IAF cogita adquirir de 110 a 120 aeronaves, para formar seis esquadrões. Existem expectativas que a AIF faça um pedido adicional de 210 aeronaves. Isto coloca um mercado de mais de 400 motores, incluindo aí, motores sobressalentes. O F414 equipa os Boeing F/A-18E/F Super Hornet e EA-18G Growler. Uma versão do F414, o F414-GE-39E — foi o motor escolhido para os Saab Gripen E/F.
A parceria para fabricar o F414 em solo indiano é parte do movimento histórico feito pelo Departamento de Defesa dos EUA e o Ministério da Defesa da Índia, chamado India-US Defence Acceleration Ecosystem [Ind-X], que foi anunciada em 21 de junho em um evento organizado pelo Conselho Empresarial EUA-Índia, que coincidiu com a visita de destaque do primeiro-ministro indiano Narendra Modi à Casa Branca. Este empreendimento é o cumprimento de uma promessa feita pelos conselheiros de segurança nacional dos EUA e da Índia em janeiro de 2023, para estabelecer uma “ponte de inovação”.
Os EUA acreditam que manter boas relações com grandes atores econômicos como a Índia é uma necessidade estratégica. “Dada a adesão da Índia ao BRICS e sua dependência histórica da indústria de defesa russa, ela é percebida como sendo mais suscetível a desviar-se dos interesses dos EUA. Portanto, fortalecer os laços bilaterais não são importantes apenas para a política externa dos EUA, mas também para a segurança nacional, em geral”.
Recentemente, a Índia teve problemas de entrega de materiais de defesa russos, já que a indústria de defesa russa luta para atender às demandas de exportação e, ao mesmo tempo, apoiar suas forças engajadas na Ucrânia. Como resultado, o governo dos EUA está empenhado em encorajar laços mais fortes entre as empresas de defesa dos EUA e da Índia. Qual o objetivo? Reduzir a dependência da Índia da indústria de defesa russa.
@CAS