Um míssil ar-ar guiado por radar semi-ativo Matra (MBDA) Super 530D de médio alcance empregado para combates BVR foi descoberto misteriosamente no aeroporto Lakeland-Linder, a sudoeste de Lakeland, no condado de Polk, Flórida, na última sexta-feira, 14 de agosto de 2020.
O míssil foi descoberto por um funcionário da empresa primada de treinamento de combate Draken International. A empresa americana sediada na Florida realiza treinamento de pilotos e tripulações, atuando como unidades adversárias em exercícios de treinamento com as FFAA dos EUA.
Mas por que o míssil ativo (real) estava perdido num aeroporto civil? Como ele entrou nos EUA, passando pela alfândega e controle militar, sendo estocado de forma inadequada? O fato é que até o momento ninguém sabe como ele chegou a Lakeland, mas, provavelmente, ele deve estar ligado a compra de aeronaves Dassault Mirage F-1CJ/DJ/EJ por parte da Draken junto a Royal Jordanian Air Force (RJAF). O Matra Super 530 continua em serviço na França, Peru e em algumas forças aéreas do Oriente Médio como Qatar, Emirados Árabes, entre outras.
Assim que o misterioso Matra Super 530 foi descoberto por funcionários da Draken, uma unidade de eliminação de explosivos da USAF, a ATF e o Corpo de Bombeiros de Lakeland foram notificados. A USAF removeu o míssil, levando-o para a MacDill AFB, que emitiu um comunicado oficial:
“Neste fim de semana, recebemos uma ligação informando que um empreiteiro do Aeroporto Lakeland Linder havia descoberto um míssil ar-ar. A 6th EOD – Explosive Ordnance Disposal removeu o mesmo com a ajuda do ATF (Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives), do Corpo de Bombeiros de Lakeland e do 6th LRS – Logistics Readiness Squadron’s, que forneceu um plano para o seu transporte seguro. Ele [o míssil] que estava ativo, mas não armado, está atualmente em uma instalação de armazenamento de munição da base, aguardando o descarte adequado”.
O míssil será descartado. No entanto, sua verdadeira origem ainda é um mistério e não se sabe se ele chegou à Flórida vindo da Jordânia (ou Qatar – como algumas fontes sugerem). O mais provável é que tenha vindo dos estoques jordanianos, de onde veio um lote de 25 F-1 adquiridos este ano pela Draken, e que começaram a chegar em abril de 2020.
As marcações no contêiner do míssil indicam, aparentemente, que ele pode ser originado da Força Aérea Real da Jordânia. O lote data de 1982. A Draken também comprou 22 F-1B/M da Força Aérea Espanhola e, pode ser possível, que o míssil tenha origem espanhola ou mesmo do Qatar.
A descoberta do míssil na Florida remete a outro um incidente semelhante ocorrido em 15 de julho de 2019, na Itália, quando membros da Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais da Polícia Estadual invadiram uma célula de simpatizantes neonazistas, onde haviam armas armazenadas em um depósito perto do Aeroporto Voghera-Rivanazzano Terme, na província de Pavia, no norte da Itália. Relatórios subsequentes de fontes israelenses disseram que não havia um atentado terrorista em andamento, porém não se conseguiu provar a origem do Super 530 e nem como foi adquirido e com qual objetico. O lote do míssil é de 1983 e sugere ser Italiano, oriundo da AMI – Aeronautuca Militare Italiana.
A Draken International divulgou um comunicado após o incidente:
“Draken International, no processo de avaliação do material recebido, descobriu o artefato. Seguindo as regras de segurança de manuseio de explosivos, foi tomada a decisão de evacuar a instalação e arredores. Também, entramos em contato com as autoridades competentes. Draken leva a sério seu papel na comunidade e sempre zelamos para que execução das operações sejam seguras e confiáveis”.
@CAS