A cápsula da missão espacial chinesa “Chang’e 5” retornou com sucesso para a Terra na quinta-feira (17/12), trazendo consigo amostras da superfície lunar. Esta é a primeira vez em mais de quatro décadas, que uma espaçonave retorna à Terra trazendo fragmentos da Lua.
Conforme noticiamos aqui no Site da RFA, a “Chang’e 5” partiu para a sua longa jornada espacial com destino à Lua em 23 de novembro, onde pousou com sucesso. Em solo lunar, o veículo realizou a coleta de 1.731 gramas de material, que foram trazidos para a Terra 23 dias depois, onde pousou no deserto da Mongólia com sucesso.
Ao decolar da Lua,o módulo de serviço realizou uma manobra programada para encontrar outro segmento da nave, que permaneceu na órbita lunar enquanto ocorria a coleta das amostras, que foram transferidas de um módulo para o outro em voo. Esta manobra de acoplagem em voo automatizado em órbita lunar é um feito inédito, e demonstra o avanço da China no seu programa espacial.
A confirmação do pouso foi divulgada pelas autoridades da CNSA – China National Space Administration (中国国家航天局粉丝页), que deslocou equipes de resgate até o local do pouso, com a missão de recuperar, proteger e transportar a cápsula de 300 kg de volta para Pequim, onde os cientistas irão analisar as amostras lunares.
Com o desfecho positivo da missão “Chang’e 5”, a China se tornou a mais nova integrante do seleto grupo de nações que conseguiram trazer amostras do satélite natural da Terra. A última missão com esta finalidade aconteceu em 1976, quando a cápsula soviética Luna 24, trouxe cerca de 170 gramas de regolito para análises na Terra. Entre as décadas de 1960 e 1970, o Programa Apollo da NASA trouxe várias amostras lunares para os EUA.
Muito além da importância do material coletado na Lua, a missão “Chang’e-5” deixa uma importante mensagem de que que o’ país asiático agora possui o domínio da tecnologia de navegação espacial. Todos os processos planejados ocorreram conforme o esperado, desde a navegação até o destino, as coletas, o inédito encontro na órbita lunar e as complexas manobras de retorno e reentrada na atmosfera terrestre.
Esta foi a missão espacial mais complexa realizada pelo país, e seus aprendizados será a base para a tecnologia que deverá ser usada nas próximas missões para outros destinos, como Marte.
@FFO