MiG-31 da RuAF ataca fábrica de projéteis ucraniana. Em 13 de dezembro, a Força Aérea Russa (RuAF ou RF VKS) lançou um ataque significativo com mísseis balísticos contra alvos militares ucranianos importantes. Isso incluía instalações que fabricavam cartuchos de artilharia de 155 mm e 152 mm e oficinas de drones. Alvos adicionais incluíam fábricas de pólvora e locais que fabricavam munições para tanques de 125 mm. O Ministério da Defesa russo declarou que todos os ataques foram bem-sucedidos.
A questão após este ataque para os aliados ocidentais da Ucrânia, é que a maioria da munição de artilharia e dos blindados da Ucrânia ainda utiliza munições com calibres soviéticos. Os ataques danificaram muito as fábricas. Consequentemente, hoje cresce o desafio de obter munições de 155 mm, 152 mm e 125 mm, porque normalmente não são produzidas no ocidente. E o ocidente não tem como repor ou substituir este material por novos na mesma velocidade das perdas.
Isto criou uma escassez paralisante. Há uma grande probabilidade de que a neutralização destes e outros alvos industriais de defesa, agrave significativamente a já grave escassez de munições sofrida pelo Exército da Ucrânia. Esta escassez está se manifestando em várias unidades, incluindo as brigadas mecanizadas e de artilharia. A pergunta deste período que se aproxima os dois anos de guerra, é até quando poderão combater com os atuais equipamentos?
Além disto, o potencial das Forças Armadas Russas para lançar ataques com mísseis balísticos contra objetivos ucranianos regista um crescimento considerável nos últimos meses. Isto se deve, principalmente, ao aumento da produção de armamentos como o míssil de cruzeiro hipersônico Kh-47M2 Kinzhal, usados pelos MiG-31K, e o míssil de cruzeiro 9K720 — um míssil superfície-superfície que o sistema Iskander-M utiliza. A fabricação russa não para e suas quantidades se multiplicaram em relação ao que eram antes da guerra, criando um desgaste para as defesas.
De acordo com relatórios da Casa Branca, há evidências de mísseis balísticos norte-coreanos estão complementando os suprimentos russos. Destes, o KN-23B destaca-se como a classe de mísseis balísticos táticos operacionais mais potentes em serviço em toda a Europa até hoje, que já foi usado pelas forças russas.
Drones e mísseis de cruzeiro. O ataque ocorrido no dia 13 de dezembro foi reforçado por drones e mísseis de cruzeiro, com a Rússia intensificando o uso dos drones iranianos Shahed-136, especialmente desde o final de 2022. A partir de 2023, esses drones começaram a ser fabricados na Rússia sob licença como Geran-2.
Os meios de comunicação ucranianos mencionaram que o ataque lançou cerca de 40 mísseis, atingindo alvos nas regiões de Dnepr e Sumsky. O Kh-47M2 Kinzhal é geralmente usado para atacar alvos de alta prioridade — especialmente posições no extremo oeste da Ucrânia — devido ao seu alcance significativamente maior do que outros mísseis balísticos táticos russos. Lançados pelos caças MiG-31K — a qual são os jatos de combate tripulados mais rápidos do mundo — o Kinzhal pode atingir alvos a até 2.000 km de seu local de lançamento.
Hoje o maior problema da Ucrânia não é só o desgaste de suas defesas, mas a perda da capacidade de repor suas armas, o que poderá ser fatal a curto prazo.
@CAS