México pretende abrir companhia aérea estatal com o 787 presidencial. O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, confirmou que a Secretaria da Defesa Nacional (Sedena) planeja criar uma companhia aérea com pelo menos dez aviões, incluindo o polêmico Boeing 787-8 Dreamliner, que era utilizado pelos governos anteriores como aeronave presidencial. A empresa será operada pelo Grupo Olmeca-Maya-Mexica, empresa estatal subordinada à Sedena.
Em sua habitual coletiva de imprensa matinal na última terça-feira (04), López Obrador confirmou as informações que foram previamente vazadas pelo grupo ativista Guacamaya, que interceptou e tornou público uma quantidade imensa de e-mails do governo, incluindo dados das Forças Armadas Mexicanas, Chilenas e da Polícia Nacional de El Salvador.
De acordo com os documentos divulgados pelo grupo Guacamaya, o 787 presidencial seria alugado para a empresa militar, que atualmente administra o Trem Maia e o Aeroporto Internacional Felipe Ángeles, dois dos projetos emblemáticos da atual administração.
“Está sendo feita a análise de viabilidade econômica, inclusive com o possível repasse do avião presidencial para a empresa que vai cuidar de dez aeronaves arrendadas. Estão procurando o modelo mais adequado para a empresa operar”, disse o presidente, que ainda adiantou que “não há um nome comercial definido”.
A proposta é que a empresa esteja operacional em 2023, principalmente para preencher o espaço deixado pelo fechamento de algumas companhias aéreas comerciais, como a Mexicana de Aviación e a Interjet.
“É muito provável que no próximo ano a nova companhia aérea esteja pronta. Há muitos lugares que não são servidos pelas linhas aéreas atuais. Além disso, houve uma diminuição da oferta com o fechamento da Mexicana de Aviación e da Interjet… Há cidades onde antes havia voos e agora não há mais. O país vai crescer, e essas companhias aéreas são necessárias”, detalhou o presidente.
Nos documentos vazados pelos hackers, a própria Sedena alerta que seria difícil viabilizar comercialmente a empresa, razão pela qual sugere um foco mais abrangente, com operações humanitárias, suporte à órgãos governamentais, transporte de delegações esportivas, missões consulares, entre outras.
“O avião presidencial custa muito caro para operar. Ao ir para a empresa, ele também será alugado para voos longos internacionais…. não é viável usá-lo em voos domésticos, porque é um avião transatlântico para voos diretos e sem escala de 10 horas”, afirmou o presidente.
Comprado em 2012, o Boeing 787-8 de US$ 218 milhões da Força Aérea Mexicana é considerado um “artigo de luxo” pelo atual presidente López Obrador, que desde 2018 tenta, sem sucesso, se livrar do jato VIP de 80 lugares. A criação da nova companhia aérea estatal poderá ser uma saída para o avião do governo mexicano.
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