Marinha dos EUA pretende desativar cerca de 25 jatos EA-18G Growler. A Marinha dos Estados Unidos informou na sua proposta orçamentária para o ano fiscal de 2023, que pretende desativar cinco Esquadrões EA-18G Growler, totalizando 25 aeronaves. Deverão ser descomissionados todos os cinco esquadrões Growler não baseados em porta-aviões.
Apesar de ser a principal plataforma de ataque eletrônico aerotransportado das forças armadas dos Estados Unidos, entre os anos-fiscais de 2024 e 2025, serão desativados cinco Esquadrões de Ataque Eletrônico Expedicionário (VAQ), totalizando aproximadamente mil oficiais.
As 25 aeronaves EA-18G desativadas serão colocadas em preservação de longo prazo no 309th Aerospace Maintenance and Regeneration Group (309th AMARG), sendo metade no ano fiscal de 2024 e o restante no ano fiscal de 2025.
Os VAQ apoiam exclusivamente as operações em terra da USAF e da Marinha dos EUA. Embora os EA-18G mantenham as suas capacidades de operações embarcados, as suas tripulações não são treinadas para isso.
A informação chegou em um momento de tensão, quando seis Growlers do VAQ-134 “Garudas” foram deslocados dos EUA para a Alemanha, com objetivo de reforçar a prontidão e a postura de defesa da OTAN após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Com a aposentadoria do EF-111 Ravens da USAF, em meados da década de 1990, a missão expedicionária de Guerra Eletrônia (EW) foi transferida para os EA-6B Prowler da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais. Em 2019 os Prowler navais foram desativados, permanecendo os EA-18G o único vetor EW de alta velocidade para as forças armadas dos EUA.
O EA-18G é um grande multiplicador de força. Em essência, eles permitem que outras aeronaves sobrevivam no campo de batalha moderno, que está sendo cada vez mais povoado por sistemas integrados de defesa aérea altamente potentes. Na verdade, a sobrevivência até mesmo de aeronaves furtivas pode muitas vezes depender do suporte de ataque eletrônico fornecido pelos Growlers.
Diante dessa demanda, a Marinha anunciou no ano passado a modernização dos EA-18G, com a instalação dos pods jammer Next Generation e dos sistema de interferência tática ALQ-99. Isso incluirá, entre várias outras coisas, uma capacidade avançada de “guerra eletrônica cognitiva” que fará uso de inteligência artificial (IA) e tecnologia de aprendizado de máquina.
As modernas aeronaves de combate estão sendo equipadas com avançados suítes de guerra eletrônica digital, muitas das quais utilizam os poderosos radares AESA da aeronave em um modo EW. Mas o suporte de interferência mais tradicional, fornecido pelos EA-18, especialmente em distâncias mais longas e contra várias ameaças, é complementar a esses recursos.
Atualmente a frota EA-18G da Marinha dos EUA é constituída por 161 aeronaves, cuja média de utilização é de apenas 2.465 horas de voo, contra uma uma vida operacional estimada de 7.500 horas (que podem ser estendidas). Especialistas veem um contra-senso a desativação dos Esquadrões EA-18G da Marinha, diante da baixa utilização dos jatos e da alta demanda por missões EW atualmente.
Fonte: The Drive
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